VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

domingo, 31 de agosto de 2014

REJEIÇÃO À POLÍTICA


ZERO HORA 31 de agosto de 2014 | N° 17908


EDITORIAL INTERATIVO


Quando os políticos não convencem e os eleitores perdem a confiança em seus representantes, o risco é de que os ganhos fiquem com os oportunistas, pouco ou nada interessados no bem comum e na democracia.


Entre as razões que ajudam a explicar as bruscas mudanças registradas na campanha presidencial nos últimos dias, muitas podem ser atribuídas a uma má vontade acima da habitual por parte dos eleitores em relação aos políticos. O desinteresse, manifestado de forma mais clara a partir dos protestos de junho do ano passado, se mantém mesmo depois de os candidatos com mais chance de vitória na disputa pelo Planalto terem incorporado em seus slogans variações da palavra mudança. E ajuda a explicar o fato de o país ter chegado a meados de agosto de um ano eleitoral com um percentual recorde de indecisos. É importante que essa insatisfação possa levar a um aprimoramento e não a mais desgaste da política e da democracia.

O desinteresse que os brasileiros, de maneira geral, vêm demonstrando no cotidiano, é captado também por estatísticas. O primeiro debate eleitoral entre os presidenciáveis mais citados em pesquisas de opinião pública, por exemplo, alcançou a média de cinco pontos de audiência, bem distante da registrada no período pela emissora líder com sua programação normal, de acordo com o Ibope. No dia a dia, apenas 39% dos brasileiros vêm acompanhando o horário eleitoral obrigatório no rádio e na televisão, conforme a mais recente pesquisa CNT. Esse tipo de comportamento dá uma ideia da dificuldade de os candidatos em campanha transmitirem o seu recado a potenciais eleitores. Mas, acima de tudo, demonstra que os políticos não vêm conseguindo atender às reais demandas da sociedade, interessada principalmente em melhores serviços públicos.

Com poucas exceções, o desfile de candidatos nas ruas, nos meios de comunicação e nas redes sociais ajuda a reforçar essa impressão ao insistir em desgastadas fórmulas de marketing e de comportamento. Em São Paulo, o Estado mais avançado do país, um candidato a deputado federal pelo Partido Ecológico Nacional (PEN) pede voto de turbante e barba comprida, anunciando: “Pode anotar aí: o Bin Laden vai ser o Tiririca desta eleição”. Entre outros candidatos com inspiração humorística ou bizarra por todo o país, há até quem se apresente como Dengue, Presidente THC, Jesus e Barack Obama, o que não combina com a postura esperada de um político.

Os excessos, somados à insistência de quem não desiste de pedir voto mesmo tendo ficha suja, demonstram a dificuldade de o país atrair o interesse dos cidadãos para a escolha consciente de seus governantes e representantes políticos, o que se constitui numa temeridade. Quando os políticos não convencem e os eleitores perdem a confiança em seus representantes, o risco é de que os ganhos fiquem com os oportunistas, pouco ou nada interessados no bem comum e na democracia.


Editorial publicado antecipadamente no site de Zero Hora, na quinta-feira, com links para Facebook e Twitter. Os comentários para a edição impressa foram selecionados até as 18h de sexta-feira. A questão: Você concorda que o desinteresse dos eleitores pode favorecer maus políticos?

O LEITOR CONCORDA

Com certeza! As pessoas estão começando a construir o que chamamos de consciência política, o que não havia antes. Há uns dez anos, poucos davam-se conta da importância do voto, de saber antecedentes de candidatos. Como podemos nos comparar aos EUA se temos apenas duas décadas de democracia em nosso país? Enquanto eles, desde que se conhecem como cidadãos, votam, estamos em uma fase de aprendizagem da prática cidadã de saber o que é realmente importante para a sociedade brasileira.

JOANA MIRANDA DA ROSA PORTO ALEGRE (RS)

A indecisão e o desinteresse dos brasileiros perante a atual gestão política do país são decorrentes dos abusos a que o Brasil vem sendo submetido, como os absurdos casos de corrupção, o colapso no sistema de saúde e o aumento da criminalidade. O desinteresse em relação à política, porém, não é a solução, visto que não podemos perder as esperanças de um Brasil com melhores condições de vida. Assim, o ideal é fazer uso consciente do direito ao voto. Nesse sentido, saber sobre as intenções de cada candidato e escolher aquele que condiz com os interesses de cada cidadão é a melhor saída para um país próspero e digno de se viver.

MELISE CHAGAS SANTA MARIA (RS)

Sim. Pode estar aí a razão de tantas insatisfações com políticos. O desinteresse pelo que fazem os partidos deixa o eleitor de fora da escolha dos que vão ser candidatos. Candidatos assim registrados precisarão dar-se a conhecer e tentar sensibilizar um eleitor alheio aos compromissos e, provavelmente, desinteressado nos mesmos objetivos.

JOSÉ SILVEIRA BRASÍLIA (DF)

VALDIR DOS SANTOS - Concordo e com convicção.

O LEITOR DISCORDA

Vejo muita gente culpando os eleitores, mas inúmeras vezes votamos conscientemente, acreditando nas promessas dos candidatos, e quando eles são eleitos trabalham apenas em benefício próprio. Além disso, muitas vezes na metade do mandato licenciam-se para concorrer a outros cargos. Como acreditar e como cobrar algo de quem só está disponível em período de eleições?

FERNANDA FREDDO CAXIAS DO SUL (RS)

DANIELA OLIVEIRA - Acho que os maus políticos é que favorecem o desinteresse dos eleitores!


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