ZERO HORA 17 de março de 2013 | N° 17374
PÁGINA 10 | ROSANE DE OLIVEIRA
Depois que se passa dos 30 ministérios, um a mais ou um a menos não faz muita diferença, mas bem que a presidente Dilma Rousseff poderia aproveitar as alterações na Esplanada para implodir a Secretaria de Assuntos Estratégicos, que ficou vaga com a ida de Moreira Franco para a Secretaria de Aviação Civil. Por ser insignificante, Mendes Ribeiro não aceitou ser acomodado na SAE e na segunda-feira deve reassumir seu mandato de deputado federal.
Como o Congresso aprovou a criação de mais uma pasta com status de ministério, a Secretaria da Micro e Pequena Empresa, Dilma poderia aproveitar para eliminar a SAE e assim continuar com 38 ministérios. Não pelo que a secretaria custa, mas pelo simbolismo de eliminar uma estrutura no momento em que se cria outra. Prometida para o PSD, a Secretaria da Micro e Pequena Empresa terá atribuições que poderiam, muito bem, estar no guarda-chuva do Ministério do Desenvolvimento.
Conselheiro de Dilma, o empresário Jorge Gerdau Johannpeter fez uma das críticas mais contundentes à criação de mais um ministério. Em entrevista à Folha de S.Paulo, disse que o Brasil precisa “trabalhar com meia dúzia de ministérios” e não com as 39 pastas da administração de Dilma. No final do governo do tucano Fernando Henrique Cardoso, eram 24.
Gerdau disse que o inchaço se dá por contingências políticas, mas “tudo tem limite”:
– Quando a burrice, ou a loucura, ou a irresponsabilidade vai muito longe, de repente, sai um saneamento. Nós provavelmente estamos no limite desse período.
Gerdau disse que já deu “um toque” na presidente sobre o excesso de ministérios. O empresário reconheceu que, pela sede de poder dos partidos aliados, é quase impossível reduzir o número de pastas.
O problema não é apenas a quantidade de ministérios ou secretarias. É também o despreparo dos indicados pelos partidos para o cargo A ou B, que resulta em ineficiência.
ALIÁS
Em mais de dois anos de governo, Dilma já trocou 20 ministros. Sinal de que não foram bem escolhidos ou de que é impossível montar uma equipe produtiva com 39 cargos de primeiro escalão.
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