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sexta-feira, 8 de março de 2013

REPRESENTAÇÃO DESIGUAL

ZERO HORA 8 de março de 2013 | N° 17365

EDITORIAIS


As mulheres são maioria na população brasileira, mas ocupam espaço discreto nos cargos de representação política. Ainda que tenha uma mulher no comando da administração (pela primeira vez numa história de mais de 500 anos, considerando-se Império e República), o Brasil continua muito distante do equilíbrio de gêneros no exercício do poder. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral, as mulheres representam 51,58% do eleitorado, mas essa proporcionalidade não se reflete nos cargos eletivos. Basta observar que na atual composição da Câmara Federal há apenas 47 mulheres entre os 513 parlamentares. No Senado, a desproporção é semelhante: num universo de 81 senadores, apenas oito mulheres. Mesmo o ministério da presidente Dilma Rousseff, que tem a maior representação feminina de todos os tempos, conta com apenas 10 mulheres em cerca de 40 pastas, incluindo secretarias especiais.

Se ficarmos com os números das últimas eleições municipais, também teremos uma distorção de representatividade. Dos 15.076 candidatos a prefeito no país em 2012, somente 2.017 eram mulheres (13%). Entre os eleitos, o percentual caiu para 12%: dos 5.549 que recentemente assumiram as prefeituras, pouco mais de 600 são do sexo feminino. Na eleição para vereador, até mesmo em decorrência da legislação que estabelece cotas femininas, a participação das mulheres foi bem maior: 32%. Mas, entre os eleitos para as Câmaras Municipais, apenas 13% são mulheres.

A ala feminina do parlamento defende uma reforma política que assegure maior valorização da mulher na sociedade brasileira, que não se restrinja apenas à representação nos governos e nos parlamentos, mas que abranja a ocupação de “espaços de poder” em toda a estrutura social. É inegável o avanço das lideranças femininas nas organizações privadas. Também é fácil constatar que as mulheres brasileiras já ocupam o posto de chefe de família em cerca de 40% dos lares. Ainda assim, tanto as emancipadas e detentoras de boa situação profissional quanto aquelas que têm poucas oportunidades para estudar e trabalhar continuam sofrendo discriminação e preconceito de gênero. Seus salários são menores do que os masculinos, elas são preteridas quando competem com candidatos masculinos e muitas ainda são oprimidas e até sofrem maus-tratos no ambiente familiar.

A ocupação de espaços de poder significa, acima de tudo, a conquista de respeito e de paridade com os homens para o exercício de chefias, de funções de comando e de governos. Não se trata de mandar nos homens, mas de compartilhar com eles o poder gerencial, seja do país, do Estado ou do lar. Para isso, não basta uma reforma política – o imprescindível é uma reforma de mentalidades.

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