ZERO HORA 09 de setembro de 2013 | N° 17548
EDITORIAIS
O Rio Grande do Sul tem fartura de diagnósticos sobre estagnações e retrocessos, que levam em conta a realidade do Estado e o confronto de seus indicadores com os de outras unidades da federação e com as médias nacionais. São evidências da perda relativa de poder, na economia, na educação e na saúde, que se prestam agora não mais a lamentações, mas a esforços que revertam esse cenário. São promissoras, nesse sentido, as mobilizações inspiradas em conquistas das últimas décadas e algumas mais recentes, que põem à prova a capacidade de superação dos gaúchos. Há, como demonstrou Zero Hora em reportagem especial publicada no domingo, potencial de recursos, de criatividade e de lideranças para que se cumpra uma nova etapa de realizações.
Esgotou-se, depois da constatação de que o Estado pode mais do que realiza, a conivência com a inércia. O imobilismo, pelos mais variados motivos, acabou por fortalecer entraves que outros Estados já enfrentaram e resolveram. É o caso da gestão errática do setor público, que reduziu sua capacidade de investimentos ao superdimensionar a estrutura de pessoal, distorcer a relação entre quadros ativos e inativos e preservar privilégios e métodos de administração comprovadamente superados. Não há como sustentar expectativas de crescimento se a aplicação de recursos públicos em obras representa hoje um quarto do que era aplicado há 40 anos. Ignoramos, por muito tempo, a inspiração de medidas inovadoras do setor privado e até mesmo de outros governantes. Os efeitos se materializaram em perda de competitividade e em queda nos indicadores sociais.
Como a reportagem especial do caderno Dinheiro demonstrou, há sinais, no entanto, de que o Rio Grande pode reprisar atitudes que, no século passado, o posicionaram entre os Estados mais dinâmicos do país. Em primeiro lugar, devem ser fortalecidos setores históricos, que particularizam nossas virtudes, como o agronegócio e as indústrias metalmecânica e petroquímica e a vocação exportadora. O passo adiante, em novas áreas, deve agregar iniciativas a ações inovadoras, como os investimentos em energia eólica e a afirmação do Estado como polo naval.
É elementar que a reação depende essencialmente da recuperação da capacidade do Estado de cumprir com suas obrigações constitucionais, na sustentação de serviços básicos, e de voltar a investir. Não há como pensar em melhorias nos indicadores sociais, inferiores até mesmo aos de Estados sem o mesmo potencial econômico, sem um setor público revigorado. O Rio Grande precisa de saltos em infraestrutura, educação, saúde e qualidade de vida e do resgate de sua autoestima. Ou continuaremos exaltando virtudes que sobrevivem muito mais como retórica do que como realidade.
O Rio Grande precisa, além dos saltos em gestão, infraestrutura, educação, saúde e qualidade de vida, do resgate de sua autoestima.
EDITORIAIS
O Rio Grande do Sul tem fartura de diagnósticos sobre estagnações e retrocessos, que levam em conta a realidade do Estado e o confronto de seus indicadores com os de outras unidades da federação e com as médias nacionais. São evidências da perda relativa de poder, na economia, na educação e na saúde, que se prestam agora não mais a lamentações, mas a esforços que revertam esse cenário. São promissoras, nesse sentido, as mobilizações inspiradas em conquistas das últimas décadas e algumas mais recentes, que põem à prova a capacidade de superação dos gaúchos. Há, como demonstrou Zero Hora em reportagem especial publicada no domingo, potencial de recursos, de criatividade e de lideranças para que se cumpra uma nova etapa de realizações.
Esgotou-se, depois da constatação de que o Estado pode mais do que realiza, a conivência com a inércia. O imobilismo, pelos mais variados motivos, acabou por fortalecer entraves que outros Estados já enfrentaram e resolveram. É o caso da gestão errática do setor público, que reduziu sua capacidade de investimentos ao superdimensionar a estrutura de pessoal, distorcer a relação entre quadros ativos e inativos e preservar privilégios e métodos de administração comprovadamente superados. Não há como sustentar expectativas de crescimento se a aplicação de recursos públicos em obras representa hoje um quarto do que era aplicado há 40 anos. Ignoramos, por muito tempo, a inspiração de medidas inovadoras do setor privado e até mesmo de outros governantes. Os efeitos se materializaram em perda de competitividade e em queda nos indicadores sociais.
Como a reportagem especial do caderno Dinheiro demonstrou, há sinais, no entanto, de que o Rio Grande pode reprisar atitudes que, no século passado, o posicionaram entre os Estados mais dinâmicos do país. Em primeiro lugar, devem ser fortalecidos setores históricos, que particularizam nossas virtudes, como o agronegócio e as indústrias metalmecânica e petroquímica e a vocação exportadora. O passo adiante, em novas áreas, deve agregar iniciativas a ações inovadoras, como os investimentos em energia eólica e a afirmação do Estado como polo naval.
É elementar que a reação depende essencialmente da recuperação da capacidade do Estado de cumprir com suas obrigações constitucionais, na sustentação de serviços básicos, e de voltar a investir. Não há como pensar em melhorias nos indicadores sociais, inferiores até mesmo aos de Estados sem o mesmo potencial econômico, sem um setor público revigorado. O Rio Grande precisa de saltos em infraestrutura, educação, saúde e qualidade de vida e do resgate de sua autoestima. Ou continuaremos exaltando virtudes que sobrevivem muito mais como retórica do que como realidade.
O Rio Grande precisa, além dos saltos em gestão, infraestrutura, educação, saúde e qualidade de vida, do resgate de sua autoestima.
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