ZERO HORA 08 de setembro de 2013 | N° 17547
PÁGINA 10 | ROSANE DE OLIVEIRA
Não está sendo fácil para o prefeito José Fortunati executar o corte de 10% dos cargos em comissão anunciado no pacote de medidas para enfrentar a crise financeira. Como os partidos resistem em indicar a lista para as demissões, a prefeitura vai definir o número de cargos que serão extintos em cada órgão da administração e encaminhar os projetos para a Câmara. O grupo encarregado de fazer o mapeamento tem prazo até o dia 20 para apresentar as propostas ao vice-prefeito Sebastião Melo, que vem negociando o enxugamento com os partidos.
A ordem do prefeito José Fortunati é eliminar primeiro os 15 cargos que estão vagos e preservar a estrutura das secretarias que têm de um a cinco CCs. Nas demais, haverá uma proporcionalidade entre os de salários médios e altos, para que os cortes produzam o efeito esperado no orçamento, uma economia de 10% em relação ao gasto total com CCs. As secretarias e departamentos atingidos receberão o aviso sobre os cargos que terão de cortar e indicarão as pessoas a serem demitidas. Nesse momento, entram em cena os padrinhos, que tentam salvar o emprego dos seus indicados.
A Página 10 teve acesso a um documento que poderia ser chamado de “mapa do apadrinhamento”. São 27 páginas, com 1.043 cargos, a lotação, o nome do titular em 2012 e em 2013, o partido e, na última coluna, o responsável pela indicação. A lista inclui o prefeito e o vice, todos os secretários e diretores de departamentos, os conselheiros tutelares e os cargos com tipo e descrição. Por esse documento, tem-se um raio-X das relações de parentesco entre secretários, vereadores, deputados e outros líderes políticos com os ocupantes de cargo em comissão. Mulheres, ex-mulheres, filhos, irmãos, cunhados, primos e sobrinhos de políticos em atividade e aposentados (e até falecidos) figuram no mapa. Há casos em que, para disfarçar o parentesco, outro líder, do mesmo partido, assume a paternidade da indicação.
A indicação política é da natureza dos cargos em comissão, mas o emprego de parentes dos vereadores se caracteriza como nepotismo cruzado e abre a porteira para a troca de favores e o tráfico de influência.
ALIÁS
A lista com os padrinhos de cada CC na prefeitura é a maior evidência de que boa parte dos cargos só existe para acomodar os interesses dos aliados. O inchaço da máquina não resultou em melhores serviços para quem paga a conta.
PÁGINA 10 | ROSANE DE OLIVEIRA
Não está sendo fácil para o prefeito José Fortunati executar o corte de 10% dos cargos em comissão anunciado no pacote de medidas para enfrentar a crise financeira. Como os partidos resistem em indicar a lista para as demissões, a prefeitura vai definir o número de cargos que serão extintos em cada órgão da administração e encaminhar os projetos para a Câmara. O grupo encarregado de fazer o mapeamento tem prazo até o dia 20 para apresentar as propostas ao vice-prefeito Sebastião Melo, que vem negociando o enxugamento com os partidos.
A ordem do prefeito José Fortunati é eliminar primeiro os 15 cargos que estão vagos e preservar a estrutura das secretarias que têm de um a cinco CCs. Nas demais, haverá uma proporcionalidade entre os de salários médios e altos, para que os cortes produzam o efeito esperado no orçamento, uma economia de 10% em relação ao gasto total com CCs. As secretarias e departamentos atingidos receberão o aviso sobre os cargos que terão de cortar e indicarão as pessoas a serem demitidas. Nesse momento, entram em cena os padrinhos, que tentam salvar o emprego dos seus indicados.
A Página 10 teve acesso a um documento que poderia ser chamado de “mapa do apadrinhamento”. São 27 páginas, com 1.043 cargos, a lotação, o nome do titular em 2012 e em 2013, o partido e, na última coluna, o responsável pela indicação. A lista inclui o prefeito e o vice, todos os secretários e diretores de departamentos, os conselheiros tutelares e os cargos com tipo e descrição. Por esse documento, tem-se um raio-X das relações de parentesco entre secretários, vereadores, deputados e outros líderes políticos com os ocupantes de cargo em comissão. Mulheres, ex-mulheres, filhos, irmãos, cunhados, primos e sobrinhos de políticos em atividade e aposentados (e até falecidos) figuram no mapa. Há casos em que, para disfarçar o parentesco, outro líder, do mesmo partido, assume a paternidade da indicação.
A indicação política é da natureza dos cargos em comissão, mas o emprego de parentes dos vereadores se caracteriza como nepotismo cruzado e abre a porteira para a troca de favores e o tráfico de influência.
ALIÁS
A lista com os padrinhos de cada CC na prefeitura é a maior evidência de que boa parte dos cargos só existe para acomodar os interesses dos aliados. O inchaço da máquina não resultou em melhores serviços para quem paga a conta.
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