Juiz acata denúncia do caso do helicóptero
A Justiça Federal acatou a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra cinco acusados de envolvimento com o tráfico de quase meia tonelada de cocaína apreendida em um helicóptero da família do senador Zezé Perrella (PDT-MG). A situação do deputado estadual mineiro Gustavo Perrella (Solidariedade), filho do senador, deverá ser analisada pela Procuradoria Regional da República junto ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região.
Gustavo Perrella é um dos proprietários da Limeira Agropecuária e Participações, em nome da qual está registrada a aeronave. Na denúncia, o MPF havia solicitado o desmembramento do inquérito da Polícia Federal, no qual o deputado consta como testemunha, assim como sua irmã Carolina Perrella e um primo deles, André Oliveira Costa, sócios da Limeira.
O juiz Marcus Vinícius Figueiredo de Oliveira Costa, da 1ª Vara Federal em Vitória (ES), concordou que a situação do parlamentar, que tem foro privilegiado, deve ser analisada pela Justiça de segunda instância, mas discordou da necessidade de separar a apuração. O magistrado determinou que a Procuradoria seja notificada do caso para avaliar a situação do deputado. O juiz manteve a apreensão do helicóptero, hoje à disposição do governo capixaba.
Com a decisão, Rogério Almeida Antunes (piloto do helicóptero e ex-funcionário da Limeira e da Assembleia de Minas por indicação de Gustavo Perrella), Alexandre José de Oliveira Júnior (copiloto), Robson Ferreira Dias e Everaldo Lopes de Souza (responsáveis por descarregar a cocaína) e Elio Rodrigues (dono da propriedade onde ocorreu a apreensão) vão responder processo por tráfico e associação para o tráfico, que podem render mais de 25 anos de prisão.
A apreensão ocorreu em 24 de novembro, em Afonso Cláudio (ES). Rogério, Alexandre, Robson e Everaldo foram presos em flagrante quando retiravam os 445 quilos de cocaína pura do helicóptero, usado para buscar a droga no Paraguai.
Na mesma semana, o delegado Leonardo Damasceno, responsável pelo inquérito, descartou o envolvimento da família Perrella com a droga. O policial baseou-se principalmente na troca de mensagens entre o piloto e Gustavo Perrella, que autorizava o então funcionário a fazer “frete de passageiros”, apesar de a aeronave não ter autorização para esse tipo de atividade.
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