VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

NEGOCIATA PELO PODER



ZERO HORA 20 de janeiro de 2014 | N° 17679


EDITORIAIS


O ano eleitoral começou com uma intensa negociação entre partidos e governantes, tanto no âmbito federal quanto nos Estados, em torno de alianças políticas que constrangem os brasileiros. São conchavos escancarados pelo poder, tendo como moeda de troca ministérios, secretarias e cargos públicos. Por conta de acordos de difícil compreensão para os eleitores, partidos políticos fazem um jogo que beira a chantagem, procurando apropriar-se de setores da administração pública, especialmente daqueles que desfrutam de fatias generosas do bolo orçamentário. Será esse o sistema político mais adequado para a democracia brasileira? Será que não existe uma forma mais ética e mais transparente de governar? Como os brasileiros podem mudar esse estado de coisas?

Antes das respostas, cabe considerar que tais manobras e as coalizões espúrias delas resultantes acabam contribuindo para o descrédito da população sobre a classe política em geral. Isso, evidentemente, realimenta o ciclo vicioso: cidadãos desinteressados votam mal, deixam de fiscalizar seus representantes e invariavelmente resvalam para a generalização negativa, de que todos os políticos são iguais e só estão na vida pública para levar vantagem. Quando se olha para o verdadeiro escambo de cargos públicos promovido por governantes-candidatos e partidos incrustados no poder, fica difícil argumentar em contrário. Ainda assim, é pelo cidadão-eleitor que pode começar uma mudança moralizadora na política nacional.

Compete-lhe, antes de tudo, informar-se sobre os seus representantes e sobre os candidatos a cargos públicos, capacitando-se, assim, para avaliá-los pelo histórico, pela honestidade e pela coerência. E essa fiscalização não termina no momento do voto. Depois de eleitos, principalmente, os detentores de mandato devem continuar sendo cobrados, para que não coloquem seus interesses e os de seus partidos na frente dos compromissos assumidos com a população.

Veja-se o exemplo do governo federal, que acaba sendo o espelho das demais administrações. Quando assumiu a presidência, Dilma Rousseff contava com o apoio de 17 partidos e de 80% do parlamento, uma base governista capaz de garantir a aprovação de qualquer projeto seu. Para garantir esse apoio, repetiu seus antecessores: loteou os principais cargos da administração federal entre os aliados, chegando mesmo a aumentar o número de ministérios para satisfazer a ganância dos partidos. Deu no que deu: episódios de corrupção que a obrigaram a promover aquilo que ficou conhecido como faxina ética. A população, ainda ressentida com o escândalo do mensalão, apoiou a limpa, mas logo alguns expurgados começaram a voltar ao governo por pressão de suas agremiações.

A prisão dos mensaleiros atacou a conse-quência desse processo espúrio. Falta, agora, atacar as causas, por meio de uma mobilização cidadã que imponha uma reforma política efetiva, devolvendo a administração pública à população e expurgando os aproveitadores sedentos de poder.

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