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quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

GASTOS COM DIÁRIAS CRESCE NO GOVERNO RS

ZERO HORA 29 de janeiro de 2014 | N° 17688

VIAGENS DO EXECUTIVO

CLEIDI PEREIRA

Gasto com diárias cresce durante o governo Tarso

Média anual é 89,7% maior do que a da gestão Yeda e 68,4% em relação à do mandato de Rigotto



A menos de um ano para o fim do mandato, o governador Tarso Genro (PT) já bateu o recorde de gastos com diárias no Executivo, superando seus antecessores Yeda Crusius (PSDB) e Germano Rigotto (PMDB). Dados do Portal da Transparência mostram que os pagamentos já somam R$ 325,2 milhões na gestão petista. O gasto médio anual de Tarso com diárias é 89,7% maior que o de Yeda e 68,4% em relação ao de Rigotto.

A despesa em 2013 foi 63,6% maior comparada à do primeiro ano de mandato, em valores corrigidos pelo IPCA. Com a verba paga em diárias nos três anos de governo, seria possível pavimentar 162 quilômetros de estradas ou construir 224 creches.

O número total também chama a atenção porque corresponde a 77,1% do que gastaram juntos Yeda e Rigotto – em valores corrigidos pelo IPCA e desconsiderando o primeiro ano do peemedebista, cujos dados não estão disponíveis no portal.

O total gasto pelo Executivo no ano passado equivale a 94,6% de toda a despesa do Estado com diárias no período, considerando Legislativo e Judiciário, bem como Ministério Público e Tribunal de Contas do Estado (TCE).

Se comparados os penúltimos anos de gestão dos governadores, Tarso gastou 114,5% a mais do que Yeda e 94,2% a mais do que Rigotto.

O Piratini baseia a alta na ampliação de políticas públicas em relação aos governos de Yeda e Rigotto (veja ao lado). Mas para a deputada Zilá Breitenbach, líder da bancada do PSDB, a disparada nas diárias mostra que o governo petista não tem controle sobre a gestão. Segundo ela, o Piratini deveria racionalizar os recursos para fazer frente ao déficit de R$ 1,4 bilhão registrado em 2013:

– O governo não está preocupado em equalizar as contas, e quem não faz economia jamais tem perspectiva de pagamentos futuros.

A líder da bancada do PMDB, Maria Helena Sartori, também discorda da interpretação do governo. Conforme a peemedebista, os resultados das viagens de Tarso ainda são incipientes:

– Curiosamente, toda a vez que tem problema, o governador está viajando, como quando foram deflagradas as operações Concutare e Kilowatt. Talvez seria melhor se ele estivesse aqui.


Aumento é proporcional ao das ações, diz Piratini


Conforme o Mapa da Transparência do governo estadual, a Secretaria da Segurança Pública concentrou, nos três anos da gestão petista, 65,85% dos gastos com diárias.

Tradicionalmente, a pasta registra a maior despesa nesse quesito devido à realização de forças-tarefa, como a Operação Golfinho.

Entre os secretários que mais receberam diárias em 2013, há dois com valores praticamente iguais: Kalil Sehbe (ex-secretário do Esporte) e Cleber Prodanov (Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico). Cada um recebeu pouco mais de R$ 35 mil.

Em nota, o Gabinete do Governador argumenta que o aumento no valor das diárias é proporcional ao avanço de políticas públicas executadas. “Os dois governos anteriores juntos não realizaram nem a metade do número de obras rodoviárias que o atual governo está fazendo”, diz o texto.

O crescimento da despesa também é resultado, conforme a nota, da maior participação da população gaúcha nas definições das estratégias de governo, por meio, por exemplo, das interiorizações. O Piratini ressalta que o valor das diárias foi reajustado nesta gestão.

“Uma das primeiras orientações do governador foi dizer que os agentes públicos, sejam eles cargos de confiança ou funcionários do quadro, deveriam estabelecer uma aproximação com a comunidade, uma relação direta com a cidadania, em todo o território e em todas as faixas da sociedade, especialmente em relação aos mais pobres”, diz a nota.

O Piratini também destaca que “os dois governos anteriores não tinham Plano Safra, Política Industrial, Mais Água Mais Renda e RS Mais Igual, que são programas que estão transformando a realidade de milhares de famílias, no campo ou na cidade”.

E cita, ainda, os investimentos realizados em saúde, parques tecnológicos, formação profissional e em políticas de apoio ao cooperativismo, além da valorização do piso regional e da atração de investimentos externos.

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