VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

NOVOS TEMPOS PARA O INTERESSE PÚBLICO


ZERO HORA 13 de janeiro de 2014 | N° 17672

ARTIGOS


Por Sofia Cavedon



Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência LIMPE nunca foram princípios tão necessários para que se retome o interesse público na condução do Estado, na execução do contrato social, pelo qual o cidadão é o soberano.

Princípios constitucionais estes que, aplicados com rigorosidade, jamais permitiriam que congressistas votassem secretamente, que com recursos públicos, através de emendas, cidades e cidadãos devessem favores a políticos, que setores econômicos tivessem maior representação que o conjunto dos cidadãos nos parlamentos e, portanto, poder, porque financiam a eleição dos representantes.

Exatamente esta é a tese da OAB – Ordem dos Advogados do Brasil – ao ingressar com ação de inconstitucionalidade do financiamento de campanhas por empresas, tese que começa a encontrar guarida no STF e que continua solenemente ignorada pelo Congresso Nacional. Vem evitando a reforma política, mantém algumas votações secretas, e criou o chamado orçamento impositivo, para ampliar ainda mais sua apropriação do orçamento público, ao invés de devolver ao povo sua soberania, propondo que ele decida onde devem ser investidos os recursos públicos – por processos transparentes e impessoais.

O brado das ruas, que convulsionou o Brasil no primeiro semestre, muito pouco eco encontrou nos parlamentos, como se vê.

Assim também na capital dos gaúchos, foi um ano em que se descortinou o pouco-caso com as demandas das ruas e com os princípios constitucionais: a imoralidade no tratamento do recurso e da política pública – exemplo Procempa; a ineficiência na gestão – caso do conduto forçado Álvaro Chaves e obras da Copa; a ilegalidade nos processos de licenciamentos e concessões – isenção de contrapartidas viárias do conjunto do empreendimento da OAS e a concessão do Araújo Vianna; a falta de publicidade e democracia – corte de árvores do Gasômetro, revogação de proteção ambiental da Escola Amigos do Verde, tentativa de desvinculação dos recursos das multas, da implementação do sistema cicloviá-rio. E, em resposta aos jovens, nenhum diálogo sobre passe livre ou sobre transparência da planilha de custos e do sistema de transporte urbano.

Citados assim, parecem transtornos normais de administrações, mas não, são decisões políticas que ferem gravemente o interesse público.

Voltemos à OAB e ao financiamento de campanha pelas empresas e começaremos a entender. E compreender que é o primeiro passo para a mudança!

E este é o desejo para 2014: que o LIMPE se imponha e que tenhamos novos tempos para o interesse público!

*Vereadora em Porto Alegre (PT)



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