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sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

MENOS JOVEM NO TRABALHO, RENDE MÉDIA SOBE


Com menos jovens no trabalho, renda média do brasileiro sobe. Mudança no perfil etário cria efeito estatístico que responde por um terço do ganho no rendimento

LUCIANNE CARNEIRO
O GLOBO
Atualizado:11/01/14 - 21h23




Em casa. Tamires Blanco chegou a trabalhar após o fim da licença-maternidade, mas parou para cuidar do filho Julio Gabriel de Paiva


RIO - A taxa de desemprego no menor nível histórico e o aumento da renda em 2013 escondem um efeito estatístico que pode estar passando desapercebido. A expansão do rendimento médio do trabalhador brasileiro tem ocorrido não apenas pelos reajustes salariais de quem está na ativa, mas também pela queda na participação dos jovens na força de trabalho. Como esse grupo tem salário mais baixo, o “envelhecimento” dos trabalhadores “infla” as estatísticas da renda média.

Levantamento feito pelo economista Fernando de Holanda Barbosa Filho, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), mostra que a mudança na composição etária da força de trabalho teve peso de 33% no ganho médio de 2% da renda do trabalhador brasileiro apurado pelo IBGE nas seis maiores regiões metropolitanas do país em 2013, até novembro.

- O grupo dos jovens é o que ganha menos. Como eles estão entrando mais tarde na população economicamente ativa, essa renda média acaba ficando maior. Esse efeito da composição da força de trabalho agora está muito mais importante do que antes. Agora responde por um terço - afirma o economista.

Jovens ganham 45% menos

A faixa etária até 24 anos, que respondia por 15,40% da força de trabalho em outubro de 2012, viu sua participação cair para 14,04% do total dos trabalhadores em outubro do ano passado. Pode parecer pouco, mas a diferença de renda é grande. O salário médio de quem tem entre 18 e 24 anos foi de R$ 1.055 em 2013, até novembro, ou 45,7% menor que os R$ 1.945 daqueles entre 25 e 49 anos.

- O número de jovens não precisa variar tanto. O jovem ganha bem menos do que as pessoas mais velhas que estão trabalhando - explica Holanda Barbosa Filho.

Ele lembra que, nos anos anteriores, a mudança no perfil etário tinha peso bem menor na estatística do rendimento. Em novembro de 2011, os trabalhadores tiveram aumento de 4,1% na renda. E 92,7% desse ganho vieram dos reajustes de salários dos trabalhadores. Ou seja, apenas 7,3% foram fruto da mudança na composição etária dos trabalhadores.

A vendedora Tamires Blanco faz parte do grupo de jovens que deixou o mercado de trabalho. Chegou a trabalhar por alguns meses após retornar da licença-maternidade, mas decidiu voltar para casa para cuidar do filho Julio, hoje com 11 meses. Seu salário era de cerca de R$ 1 mil.

- Minha sogra ajuda, mas não tem disponibilidade para ficar o tempo todo com meu filho, e meu trabalho exige muitas horas. Mas vou começar a pesquisar vagas depois que ele fizer 1 ano, já que é sempre um dinheiro a mais no orçamento e eu gosto de trabalhar - diz Tamires.

Para o professor da Unicamp Cláudio Dedecca, é prematura uma avaliação sobre o impacto da saída dos jovens na renda, já que esse fenômeno pode se restringir a um período curto.

- A magnitude do efeito do salário mínimo sobre a renda é muito maior do que esse possível efeito estatístico - avalia Dedecca, lembrando que 60% da força de trabalho teve sua renda atrelada à evolução do piso salarial desde 2000.

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