Jocelin Azambuja, advogado, ZERO HORA 23/09/2011
O governo brasileiro se coloca na contramão da História, estimulando a ampliação do Bolsa-Família, um programa que, se por um lado ajudou famílias pobres a terem um benefício para saírem da linha de miséria, por outro não deu nem uma perspectiva de programas paralelos educacionais, de preparação e formação para o trabalho, a fim de que essas famílias possam um dia se libertar do programa e passar a serem produtivas para o seu país. Ao contrário, criou a possibilidade de retorno de ex-beneficiários ao mesmo.
Com surpresa, vimos a notícia de que mais 1,2 milhão de brasileiros se tornaram dependentes do Bolsa-Família. Somados aos 12 milhões, teremos mais de 13 milhões de famílias, benefícios distribuídos a 22,6 milhões de pessoas que atingirão cerca de 40 milhões de brasileiros ou cerca de 20% da população. O programa também amplia a faixa etária, atingindo jovens de 16 e 17 anos, possibilitando às famílias receber até R$ 306. Você já se deu conta disso? Você sabe o que isso representa para o futuro do país?
Os países europeus, como pude verificar em viagem recente que fiz a Inglaterra, Portugal, França e Itália, trabalham para diminuir os programas sociais a fim de recuperar suas economias ou fortalecê-las para o momento de crise mundial. Nós, ao contrário, em vez de aproveitarmos o momento positivo de geração de empregos no país, capitaneados pela indústria, pela prestação de serviços, construção civil etc., em vez de investirmos maciçamente na educação do povo, no fortalecimento de programas de formação para o trabalho, fazemos exatamente o contrário, investindo em manter uma grande parcela da população, mais de 20%, totalmente dependentes do governo, sem produzir e sem preparar essa juventude para enfrentar o futuro.
A sociedade está se omitindo em analisar com mais profundidade esse programa, que, paradoxalmente, enquanto vemos as autoridades dizerem que a miséria está diminuindo no país, as mesmas autoridades o ampliam, ou nós não entendemos de estatísticas ou não entendemos de nada!
Precisamos nos posicionar de fato em relação a esta situação, que é responsabilidade de todos. É chegada a hora de a sociedade civil analisar esse paternalismo desenfreado, que está tirando a perspectiva de futuro de milhões de crianças e adolescentes, que estão sendo estimulados a não produzir, a não trabalhar, a não gerar renda e riqueza para si e para o país. Que futuro está se dando às nossas crianças e adolescentes das camadas mais pobres? Bolsa-Família sem educação é a solução?
A Sociedade organizada têm por dever exigir dos Poderes de Estado o foco da finalidade pública e a observância do interesse público na defesa dos direitos básicos e da qualidade da vida da população na construção de uma sociedade livre, justa e democrática. Para tanto, é necessário aprimorar as leis, cumprir os princípios administrativos, republicanos e democráticos, zelar pelas riquezas do país, garantir a ordem pública, fortalecer a justiça e consolidar a Paz Social no Brasil.
VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.
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