EDITORIAL ZERO HORA, 15/09/2011
A extensa lista de malfeitos atribuída ao deputado Pedro Novais (PMDB-MA) no comando do Ministério do Turismo é totalmente incompatível com o que se esperaria do comandante de uma pasta que deveria ter, entre suas metas, a de passar boa impressão do país às vésperas de eventos importantes no plano internacional como a Copa de 2014. O difícil de acreditar nesse tipo de caso é que, mesmo se tratando de um exemplo típico de apadrinhamento político, a decisão de guindá-lo ao cargo não tenha levado em conta acusações passadas, difíceis de serem ignoradas em qualquer área, muito menos no setor público.
As denúncias contra o escolhido para comandar o Turismo começaram a vir à tona a partir da deflagração da chamada Operação Voucher da Polícia Federal, responsável pela investigação de uma suposta liberação irregular de verbas da pasta para o Amapá. O ministro, só ontem afastado do cargo, atuava na época no Congresso e, também na condição de deputado, chegou a ser acusado de pagar até motel com verba parlamentar. Mais recentemente, os brasileiros foram surpreendidos por informações divulgadas pelo jornal Folha de S. Paulo de que a governanta de sua residência particular e o motorista colocado à disposição de sua mulher eram bancados pelo Congresso. Ou seja: pelos contribuintes.
É inconcebível que um país dividido entre enfrentar tantas carências financeiras para áreas emergenciais e se manter atento para contornar os efeitos de uma crise econômica global precise despender tanta energia para conter desmandos na máquina pública. Se os governantes têm dificuldade de se livrar da condição de reféns de apadrinhamentos políticos para assegurar um mínimo de governabilidade, cabe à sociedade se manter organizada para garantir que sejam preservadas exigências mínimas, evitando indicações sob todos os aspectos infelizes, como a de Pedro Novais.
A Sociedade organizada têm por dever exigir dos Poderes de Estado o foco da finalidade pública e a observância do interesse público na defesa dos direitos básicos e da qualidade da vida da população na construção de uma sociedade livre, justa e democrática. Para tanto, é necessário aprimorar as leis, cumprir os princípios administrativos, republicanos e democráticos, zelar pelas riquezas do país, garantir a ordem pública, fortalecer a justiça e consolidar a Paz Social no Brasil.
VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.
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