VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

RITO ANTIÉTICO

EDITORIAL ZERO HORA 26/09/2011


Questionado sobre a aprovação de 118 projetos em três minutos, numa sessão da comissão de Constituição e Justiça da Câmara que contava com apenas dois parlamentares, o deputado César Colnago (PSDB-ES) deu uma explicação tão absurda quanto sua atitude na presidência da meteórica votação. Ele disse que não cometeu nenhuma ilegalidade e admitiu que “o rito é que não é ético”. Ora, nenhum rito se materializa sem protagonistas. E os únicos protagonistas do deplorável episódio ocorrido na última quinta-feira eram o próprio deputado capixaba e seu companheiro de plenário, o petista paraibano Luiz Couto, chamado às pressas para que a reunião tivesse o quórum mínimo. Os demais 34 parlamentares que assinaram presença na abertura da sessão já estavam bem longe da Câmara quando a CCJ aprovou 31 concessões de radiodifusão, 65 renovações de concessão de radiodifusão, nove projetos de lei e seis acordos internacionais.

Fazem parte do rito antiético, portanto, não apenas os parlamentares que se ausentaram da caricata sessão, mas também todos os deputados e senadores que convivem e compactuam com práticas afrontosas ao bom senso e desrespeitosas para com os cidadãos. O vídeo da insólita votação parece uma comédia: a cada matéria examinada, o parlamentar solitário na Mesa consulta o plenário, como se estivesse lotado, e diz: “Os deputados que forem pela aprovação, a favor da votação, permaneçam como se encontram”. Em seguida, conclui: “Aprovado!”.

Se os eleitores pudessem fazer um julgamento instantâneo, certamente diriam: “Desaprovado!”. Como saber se os signatários da irresponsável sessão permaneceram como estavam se não estavam? Pelas imagens, o único parlamentar presente no conjunto de mesas vazia apenas folheava alguns papéis, aparentemente indiferente ao que seu companheiro dizia. E ambos, naquele momento, estavam representando não apenas os ausentes, mas também os milhões de eleitores que neles votaram.

Não é de admirar, portanto, que esses eleitores desiludidos tenham a pior imagem de seus representantes políticos.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Referente ao editorial "Rito antiético" de Zero Hora 929/09/2011, se trata de mais um deboche ao povo brasileiro. Mas, em contrapartida, prova que o país não precisa de muitos parlamentares para aprovar projetos.

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