EDITORIAL ZERO HORA 02/11/2011
A intenção do governo do Estado de realizar concurso público para a contratação de professores, depois de confirmada uma seleção também para servidores da Brigada Militar, demonstra preocupação de qualificar um pouco mais essas duas áreas vistas sempre como essenciais. Diante da expectativa criada com o anúncio, é importante que a pretensão seja de fato colocada em prática, e logo. Além disso, a oportunidade precisa ser vista como uma forma de o governo dar um salto nos serviços públicos, o que vai depender acima de tudo das especificações dos editais e do rigor nos critérios de seleção.
No caso específico da segurança pública, a possibilidade de abertura de vagas é admitida há algum tempo, sem que seja efetivada. Em meados de junho, o atual governo reiterou a determinação de realizar concurso para a admissão de cerca de 2 mil policiais militares. Até agora, porém, houve poucos avanços, o que aumenta ainda mais as preocupações da sociedade, às voltas com uma crescente sensação de insegurança, e de candidatos temerosos de ficarem impedidos de concorrer mais à frente, por uma razão ou outra.
A situação é mais favorável sob o aspecto da seleção para profissionais da área educacional. O regulamento, recém publicado, determina que todos os pretendentes a lecionar precisarão se submeter a um teste de língua portuguesa. Haverá também provas específicas sobre as áreas nas quais os candidatos pretendem atuar, o que acena com vantagem para os alunos e para a qualidade do ensino de maneira geral.
Embora importante, a seleção de profissionais para a máquina administrativa constitui-se apenas num passo inicial para a melhoria dos serviços prestados aos contribuintes. É preciso que, depois de escolhidos, os servidores tenham acesso permanente a programas de qualificação e aperfeiçoamento para poderem ser avaliados adequadamente, em consonância com seus méritos individuais.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - É importante o governante investir na dotação de agentes para áreas da saúde, educação e segurança, pois estas são prioritárias em qualquer povo. Entretanto, de nada adianta aumentar o número de servidores pagando salários miseráveis e oferecendo parcas condições de trabalho e reduzidas chances de promoção na carreira. Aumenta de um lado, mas perde de outro, numa evasão para a iniciativa privada, para outros órgãos públicos que pagam mais como no Judiciário e no Legislativo, para o "bico", para doenças, para aposentadoria voluntária e para a desmotivação funcional.
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