RICARDO GIULIANI NETO, DOUTOR EM DIREITO E ESCRITOR - ZERO HORA 22/11/2011
A história requer políticos desprendidos do seu próprio tempo, ou, por outra, a história registra homens e mulheres capazes de, em que pese às necessidades do cotidiano, as agruras diá- rias, o imediatismo das respostas fáceis, tomar medidas antipáticas, impopulares, contrárias ao senso comum, contramajoritárias, mas aptas a proteger seus povos das questões que o futuro se prepara para nos apresentar. Ainda posso dizer de outro modo: a história guarda os estadistas que protegem o povo do próprio povo.
Por aqui as coisas são singulares. Nada – ou quase nada – é capaz de gerar consenso. Todavia, o mundo mostra o esgotamento de um modelo estatal que desconstituiu o público; os bens de todos, o necessário à satisfação das necessidades sociais, já não recebe, com eficiência, a atenção e o suprimento a partir da ação do Estado. Falemos, portanto, de educação, saúde, infraestrutura, alimentos e tudo o mais que se possa imaginar como produto da conjunção de esforços da sociedade politicamente organizada. O tempo presente é ardiloso, pois o imediato, o de fácil visibilidade pública, concentra os esforços do governo na produção das suas decisões políticas, ao mesmo tempo em que o porvir se aproxima e pede esforços de longo fôlego.
O paradoxo está num presente consumindo recursos e esforços políticos de que o futuro não disporá para, minimamente, satisfazer-nos.
A greve do magistério é produto da sequência de ações de um governo que, compreendendo a política como presente, desconstitui os meios econômicos e jurídicos imprescindíveis ao enfrentamento do futuro. A tibiez das decisões tomadas relativamente à previdência pública já, de algum modo, alertava-nos para a imprevidência política, com características endêmicas, com potência para gerar uma avalanche de reivindicações corporativas (algumas justas) sobre o Estado. Começou!
A Europa, em franca quebra fiscal, os cuidados – corretamente antecipados – da União com a previdência pública, as crescentes debilidades orçamentárias do RS não estão sendo capazes de alertar os atuais governantes para a seriedade do momento histórico.
Enquanto isso, a imprevidência política vai ditando a fala fácil e agradável a um modo de gestão que se vai atrasado. Já dizia um outro, o presente requer as experiências do passado para que possamos bem viver o futuro. Por aqui, nem lá, nem cá.
Se o tema é o futuro, que a história escreva o certo e o errado, ou, por outra, o errado do certo.
A Sociedade organizada têm por dever exigir dos Poderes de Estado o foco da finalidade pública e a observância do interesse público na defesa dos direitos básicos e da qualidade da vida da população na construção de uma sociedade livre, justa e democrática. Para tanto, é necessário aprimorar as leis, cumprir os princípios administrativos, republicanos e democráticos, zelar pelas riquezas do país, garantir a ordem pública, fortalecer a justiça e consolidar a Paz Social no Brasil.
VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.
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