EDITORIAL CORREIO DO POVO, 08/05/2012
Não é fácil a vida de quem colocou como meta passar em um concurso público. São cada vez mais frequentes os relatos de problemas nos processos seletivos de órgãos públicos e empresas estatais em todas as esferas. O que se vê é que as portas costumam se fechar para muitos que apostam no mérito, no esforço pessoal, no aprendizado como forma de obter o direito a ocupar um cargo público. Por outro lado, cada vez mais se sabe de casos de nepotismos, de servidores fantasmas, de acúmulos ilegais de rendimentos. Para alguns, dá-se tudo. Todavia, para os que tentam entrar no serviço público pela porta da frente, as coisas costumam ser mais árduas e mais injustas, não obstante a Constituição federal asseverar que o concurso público é o meio privilegiado de seleção. Na prática, porém, as coisas não se dão bem assim. Até um simples edital parece valer mais que a Carta Magna.
Agora, um novo processo seletivo apresentou irregularidades. A Universidade Federal de Pelotas (Ufpel) anunciou a suspensão do cronograma da seleção para 54 vagas de assistente em administração, que teve mais de 10,6 mil inscritos. Tudo porque o planejamento foi mal feito e faltaram assentos e acomodação para muitas pessoas. A empresa responsável pela aplicação ainda não apresentou nenhuma solução para o caso.
Esses incidentes com concursos públicos não são novidade. Recentemente, a Prefeitura de Porto Alegre anunciou a anulação de mais de 15 questões por serem cópias de outros exames. Também órgãos como Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Ordem dos Advogados do Brasil já registraram problemas em provas de seleção ou de admissão. Isso mostra o quanto é preciso, urgentemente, elaborar normas eficientes que possam salvaguardar os interesses de milhares de concorrentes que despendem suas energias, recursos e tempo para ir atrás de um sonho que, não raras vezes, é frustrado pelo amadorismo dos responsáveis pela seleção. Até parece que o princípio constitucional da eficiência é letra morta para eles.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Além de serem mal organizados, muitos têm inscrição cara demais em relação ao salário mínimo e outros são pura industria, pois aprovam um número insuficiente de candidatos para as vagas existentes e para demanda exigida. Havia um tempo que concurso público, por ser público e ônus do Estado, era gratuíto, melhor organizado e com poucos erros.
A Sociedade organizada têm por dever exigir dos Poderes de Estado o foco da finalidade pública e a observância do interesse público na defesa dos direitos básicos e da qualidade da vida da população na construção de uma sociedade livre, justa e democrática. Para tanto, é necessário aprimorar as leis, cumprir os princípios administrativos, republicanos e democráticos, zelar pelas riquezas do país, garantir a ordem pública, fortalecer a justiça e consolidar a Paz Social no Brasil.
VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.
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