VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

terça-feira, 1 de maio de 2012

MINISTÉRIOS CONTAMINADOS POR INTERESSES POLÍTICOS E ECONÔMICOS

EDITORIAL ZERO HORA 01/05/2012

MODELO EQUIVOCADO

Cinco meses depois de ter demitido Carlos Lupi do Ministério do Trabalho devido às notícias sobre o seu envolvimento com a corrupção, a presidente Dilma Rousseff voltou a consultar o presidente do PDT antes de convidar o deputado federal Brizola Neto, do mesmo partido, para o comando da pasta. Polêmico entre os integrantes da própria agremiação por suas ideias exclusivistas e às vezes até radicais, o novo ministro chega à Esplanada dos Ministérios com um duplo desafio: transferir para o governo parte da popularidade que desfruta entre o eleitorado jovem e administrar uma pasta contaminada por interesses políticos e econômicos.

Há, ainda, outro aspecto preocupante na indicação do jovem parlamentar que nasceu no Rio Grande do Sul e construiu sua trajetória política no Rio de Janeiro: a manutenção do modelo de loteamento de ministérios como contrapartida para o apoio no parlamento, prática que vem gerando sucessivos problemas éticos para o governo e para o país. O preço de uma coalizão tão ampla acaba sendo pago por todos os brasileiros, pois os partidos políticos têm interesses eleitorais e ambições de poder que raramente combinam com a vontade da população. E o Planalto, em nome da governabilidade, acaba se comprometendo com práticas incompatíveis com a boa administração.

Ao manifestar em nota oficial sua confiança de que Brizola Neto “prestará uma grande contribuição ao país”, a presidente parece ter dado um recado cifrado ao novo ocupante da pasta do Trabalho, que tem um histórico de proximidade com as grandes centrais sindicais e tem manifestado em seu blog opiniões um tanto retrógradas sobre as relações trabalhistas. No momento em que o país está prestes a dar um salto de desenvolvimento e precisa ampliar sua capacidade de competitividade, cabe também ao governo uma visão mais moderna e compatível com a realidade do mercado.

Um dos primeiros desafios do novo ministro será pacificar seu próprio partido, pois alguns setores viram com contrariedade sua indicação. Mas a questão político-partidária terá que ser levada em paralelo com as demandas do ministério, pois alguns programas ficaram paralisados desde que estourou o escândalo dos contratos suspeitos com organizações não-governamentais.

De qualquer maneira, é saudável para o país celebrar o Dia do Trabalho, hoje, com um novo titular na pasta do Trabalho, que vinha sendo gradativamente esvaziada. Desde a saída de Carlos Lupi, o Ministério do Trabalho e Emprego perdeu várias de suas atribuições, especialmente para a Secretaria-Geral da Presidência, na parte política, e outras pastas, como o Ministério da Educação, que passou a gerir programas como o Pronatec, de qualificação profissional. Mesmo que a escolha de Brizola Neto resulte de um modelo equivocado de loteamento de cargos, sempre é possível fazer do limão do fisiologismo uma limonada digerível para o país.

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