ZERO HORA, 28 de maio de 2012
Humberto Ruga, Ex-presidente da FederasulMesmo com 77 anos de idade, continuo sonhando que o meu Estado volte a ser aquele Estado que como menino aprendi a admirar. Ao longo dos anos, vejo o Rio Grande do Sul crescer como cola de cavalo, ou seja, para baixo, ou crescimento negativo. A cada governo que assume, tenho a esperança de que a situação melhore, nos mais diversos setores. Infelizmente, isto não ocorre. Esperava muito do governo atual, tendo em vista que depois de muitos anos temos na presidência da República uma gaúcha de coração e companheira de partido do nosso governador. Porém, a frustração é maior, pois o nosso Estado infelizmente não decola.
No Rio Grande do Sul, temos problemas com os três pilares em que se deve basear a força de um Estado, ou seja, na educação, na saúde e na segurança.
Na educação, conseguimos o máximo: o índice de repetência atingiu 20,7% no Ensino Médio. Somos o último colocado nacionalmente. No concurso para professores, tivemos o absurdo de termos mais de 92% de reprovados. Não temos condições de pagar o piso nacional para os professores. Na saúde, o Rio Grande do Sul é o Estado que menos investe no Brasil, ou seja 6% (seis por cento). O caos está instalado. A maioria dos hospitais está à beira da falência, especialmente os filantrópicos, a população cada vez aumenta o seu sofrimento, não existem vagas para o SUS, para os planos de saúde e para os particulares. Na segurança, temos o privilégio de termos o pior presídio do Brasil, o que por si só nos expõe ao ridículo, nacionalmente e internacionalmente. Está na hora de aqueles que dirigem o nosso Estado, nos diversos poderes, assumirem as suas responsabilidades e impedirem que o Rio Grande do Sul seja refém das corporações. Vamos ser humildes e esquecer momentaneamente a parte do Hino Rio-Grandense que diz: sirvam nossas façanhas de modelo a toda terra.
Não é criando estatais para colocar os companheiros de partido que podemos servir de modelo. O Rio Grande do Sul necessita da união de suas forças políticas, empresariais e de trabalhadores. Temos pessoas em nosso Estado que brilham nos mais diversos setores de atividade, quer no Brasil, quer no Exterior, vamos ouvi-las. Desejo que o meu Rio Grande volte a ser o que foi há 70 anos, pois o seu povo merece.
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