ZERO HORA 28 de maio de 2012
EDITORIAL ZERO HORA
A
reafirmação, por diferentes pesquisas de opinião pública, de que os
eleitores brasileiros pouco conhecem e pouco confiam nos partidos em
atividade no país – num total de 29 – chama a atenção para a falta de
consistência da prática política e da própria democracia brasileira. A
questão é agravada pelo fato de que, em vez de significar uma saudável
diversidade, o excesso de agremiações partidárias deve ser explicado, na
maioria das vezes, por interesses particulares, que pouco têm a ver com
o dos eleitores. Por isso, os resultados das enquetes deveriam motivar a
sociedade a intensificar a cobrança de mais empenho dos parlamentares
por uma reforma política ampla e decidida a imprimir mais seriedade no
cotidiano da política.
Recém-divulgado, o levantamento da Fundação Getulio Vargas (FGV) demonstra que nada menos de 94% dos entrevistados encaram os partidos com desconfiança. Outro estudo, publicado pelo Vox Populi, revela que 60% dos entrevistados não têm qualquer simpatia por alguma legenda. Os percentuais são previsíveis para uma democracia recente como a brasileira e num cenário político marcado por sucessivas rupturas, no qual poucos partidos se constituíram realmente em torno de programas claramente definidos. Desses, menos ainda têm um histórico de tradição e de coerência ideológica ao longo de sua trajetória.
O resultado é que, além das quase três dezenas de legendas existentes hoje, há uma fila considerável à espera da concessão de registro pela Justiça Eleitoral. No papel, quase todas têm por objetivo defender causas específicas. Tão logo são autorizadas a operar, essas agremiações, na maioria das vezes, acabam explicitando os seus reais interesses. E, entre esses, estão quase sempre as verbas dos fundos partidários, além do direito de conquistar espaço de propaganda na mídia. Não raramente, os próximos passos são negociações oportunistas em alianças de ocasião, como forma de chegar ao poder e de assegurar vagas para correligionários. Tudo isso contribui para mercantilizar a política e se constitui numa porta aberta para deformações de todo tipo, incluindo corrupção.
Obviamente, o que está em questão não é o direito de os partidos existirem, desde que cumpridas as formalidades da Justiça Eleitoral. Todas as legendas hoje consolidadas surgiram de forma incipiente, embora só algumas tenham se consolidado com base em conteúdos programáticos claramente definidos, de forma a facilitar a tomada de decisões por parte de dirigentes e filiados. Até mesmo para preservar os partidos com um histórico de seriedade, porém, os eleitores deveriam pressionar mais para a aprovação de uma reforma que redirecione a política para os interesses do bem comum, com ênfase em legendas programáticas e representativas.
Recém-divulgado, o levantamento da Fundação Getulio Vargas (FGV) demonstra que nada menos de 94% dos entrevistados encaram os partidos com desconfiança. Outro estudo, publicado pelo Vox Populi, revela que 60% dos entrevistados não têm qualquer simpatia por alguma legenda. Os percentuais são previsíveis para uma democracia recente como a brasileira e num cenário político marcado por sucessivas rupturas, no qual poucos partidos se constituíram realmente em torno de programas claramente definidos. Desses, menos ainda têm um histórico de tradição e de coerência ideológica ao longo de sua trajetória.
O resultado é que, além das quase três dezenas de legendas existentes hoje, há uma fila considerável à espera da concessão de registro pela Justiça Eleitoral. No papel, quase todas têm por objetivo defender causas específicas. Tão logo são autorizadas a operar, essas agremiações, na maioria das vezes, acabam explicitando os seus reais interesses. E, entre esses, estão quase sempre as verbas dos fundos partidários, além do direito de conquistar espaço de propaganda na mídia. Não raramente, os próximos passos são negociações oportunistas em alianças de ocasião, como forma de chegar ao poder e de assegurar vagas para correligionários. Tudo isso contribui para mercantilizar a política e se constitui numa porta aberta para deformações de todo tipo, incluindo corrupção.
Obviamente, o que está em questão não é o direito de os partidos existirem, desde que cumpridas as formalidades da Justiça Eleitoral. Todas as legendas hoje consolidadas surgiram de forma incipiente, embora só algumas tenham se consolidado com base em conteúdos programáticos claramente definidos, de forma a facilitar a tomada de decisões por parte de dirigentes e filiados. Até mesmo para preservar os partidos com um histórico de seriedade, porém, os eleitores deveriam pressionar mais para a aprovação de uma reforma que redirecione a política para os interesses do bem comum, com ênfase em legendas programáticas e representativas.
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