VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

FALTAM MULHERES PARA CONCORRER

ZERO HORA, 21 de maio de 2012
 

PÁGINA 10 | ROSANE DE OLIVEIRA

 

Você ficará com a impressão de que já leu este texto, mas é a história que se repete a cada dois anos. Às vésperas das convenções, os principais partidos estão à cata de mulheres para preencher as listas de candidatos e assim cumprir a lei que exige um mínimo de 30% das vagas para cada sexo. Como nunca faltam homens para concorrer, convencionou-se dizer que a lei estabelece uma cota de 30% para as mulheres.



O PT, que a partir de 2014 adotará as cotas de 50% para cada sexo nas eleições para vereador, deputado estadual e deputado federal, avalia que a dificuldade em encontrar mulheres candidatas já foi maior.

– Em 2008 foi bem pior. Neste ano, nossa maior dificuldade é nas cidades com menos de 30 mil eleitores – informa Cícero Balestro, integrante do Grupo de Trabalho Eleitoral.

Em Porto Alegre, com exceção do PT e do PTB, a tendência é partidos e coligações terem de deixar vagas em aberto por não conseguir mulheres em quantidade suficiente para preencher a cota de 30%. Dos 36 vereadores da Câmara, só três são mulheres: Maria Celeste e Sofia Cavedon, do PT, Fernanda Melchionna, do PSOL. As três são candidatas à reeleição e, segundo previsões dos seus partidos, devem ser reeleitas. Além das duas vereadoras que tem hoje, o PT acredita que pode eleger mais uma, a jovem Ariane Chagas, candidata da corrente da vereadora Maria do Rosário. O PSOL ainda sonha em conseguir na Justiça autorização para a ex-deputada Luciana Genro concorrer. Por ser filha do governador Tarso Genro, Luciana estaria impedida de disputar a eleição.

– A finalidade da lei é evitar a exploração de prestígio de um parente por outro. Este não é o meu caso. O apoio que já recebi nas urnas comprova que não preciso explorar o prestígio político de ninguém – diz Luciana.

Partido do prefeito José Fortunati, o PDT é um dos mais carentes de mulheres com densidade eleitoral. Na eleição passada, elegeu Juliana Brizola, que renunciou dois anos depois para assumir como deputada estadual. Suplente na última eleição, Neuza Canabarro já avisou que não concorre. Já o PC do B tirou a ex-deputada Jussara Cony da Secretaria do Meio Ambiente para tê-la como candidata a vereadora. Cony tenta voltar à Câmara, por onde começou sua carreira, nos anos 1980.

Sem representante feminina desde a saída de Clênia Maranhão, o PMDB vai investir na ex-gari Roseli da Silva, criadora do Centro Infantil Renascer. O PP tem como principal candidata a ex-secretária da Cultura Mônica Leal, que na Câmara já foi suplente e assumiu o mandato com a indicação de vereadores para o governo de José Fogaça, em 2005. O PSDB aposta todas as suas fichas na psicóloga Tarsila Crusius, que contará com o prestígio da mãe, a ex-governadora Yeda Crusius.


DISQUE 100 PARA PROTEGER
Para divulgar a luta contra a violência sexual de crianças e adolescentes, a secretária de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, e a cantora Fafá de Belém ajudaram a desfraldar uma bandeira gigante no gramado do Beira-Rio informando o telefone 100 para denúncias. As intervenções da campanha batizada de Faça Bonito ocorreram antes e no intervalo do jogo entre Inter e Coritiba. Porto Alegre é uma cidade estratégica para essa mobilização, por ser uma das cidades-sede da Copa. Pré-candidato do PT a prefeito, o deputado Adão Villaverde participou da manifestação, junto com a vereadora Maria Celeste e a secretária Márcia Santana.

No Brasil, uma criança é violentada a cada três horas, segundo o secretário da Justiça, Fabiano Pereira. No Rio Grande do Sul, 3.914 crianças ou adolescentes foram vítimas de crimes de natureza sexual em 2011. Desse total, 1.895 eram menores de 12 anos. A ocorrência mais frequente é o estupro, com 2.655 casos.

Como o abuso sexual em geral é praticado por pessoas da família, o secretário acredita que os casos notificados sejam muito inferiores aos que de fato ocorrem.

– Muitas famílias ainda preferem varrer o caso para baixo do tapete e não denunciam – constata Fabiano.

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