EDITORIAIS
EDITORIAL ZERO HORA 25/05/2012
A dois anos da Copa de 2014, que exigirá uma transformação radical nas cidades previstas para a realização de jogos, o balanço oficial dos projetos definidos para serem concluídos a tempo exibe razões para inquietação até mesmo entre os mais otimistas. Em Porto Alegre, apenas sete dos 17 projetos vistos como vitais para o Mundial estão em andamento. O restante – equivalente a 60% do total – segue no papel. A situação, que não é menos grave no país de maneira geral, onde apenas 5% das obras estão prontas, preocupa por diferentes razões. Uma delas é o alto custo que projetos levados adiante a toque de caixa costumam alcançar, razão pela qual um atraso no cronograma só pode interessar às empreiteiras, que acabam faturando mais.
Um aspecto preocupante é que, apesar de todas as evidências, os balanços oficiais continuam sendo feitos num tom otimista. Na última quarta-feira, por exemplo, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, garantiu que, no caso das 15 obras ainda em fase de elaboração de projetos, é possível recuperar o tempo perdido durante a execução. Possível é, mas a que preço? É público que atrasos em obras oficiais costumam abrir as portas do superfaturamento e do desperdício.
Além dos prejuízos financeiros, bancados pelos contribuintes, os atrasos têm um custo adicional, que é o de desgastar externamente a imagem do país. Por isso, é importante que o cronograma passe a ser acompanhado com mais rigor pelos responsáveis. Se as razões estão na burocracia, na demora da liberação de recursos e em projetos mal elaborados, esse é o momento oportuno para enfrentá-las.
Quando lutou para se transformar na sede do Mundial, o Brasil tinha noção dos compromissos e dos desafios a serem enfrentados. Diante do atraso, precisa aproveitar o tempo que tem pela frente para demonstrar que sabe agir com eficiência e responsabilidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário