Adão Oliveira. Conexão Política - JORNAL DO COMERCIO, 30/04/2012
Pasmem! O senador Demóstenes Torres, de Goiás, sem partido, pediu para o bicheiro Carlinhos Cachoeira que promovesse uma viagem dele à Itália, a convite do então primeiro-ministro Silvio Berlusconi. Sabem para quê? Para que ele - Demóstenes - pedisse desculpas em nome do povo brasileiro pela não extradição de Cesare Battisti. A conversa foi gravada uma semana após a libertação do terrorista italiano, que causou um mal-estar diplomático entre Brasil e Itália.
Dias depois, Cachoeira telefona para Demóstenes dando conta de que a sua visita à Itália estava prosperando. “A Deise é amiga do Berlusconi. Ela vai estar lá no Palácio, ela vai falar”. “Pode ser, eu vou na hora”, responde o senador. Cachoeira orienta o amigo: “Ele te convidando, você tem que chamar a imprensa nacional. Aí, você pede desculpa, né? Em nome do povo brasileiro”. Demóstenes se anima: “Faço isso com todo o prazer”. A Polícia Federal gravou tudo isso. Em outra conversa, Cachoeira fala com Gleyb, seu braço direito, sobre a viagem de Demóstenes: “Ele vai pedir desculpa em nome do povo brasileiro. Mas o convite tem que ser do Berlusconi, com passagem para ele ir”. Deu em nada. O convite não foi feito e o fracasso lhe subiu à cabeça.
A partir daí, Demóstenes Torres - o cara de pau - deflagrou um processo buscando visibilidade na mídia, com a finalidade de se tornar uma celebridade. Quase todo dia, nas sessões do Senado, ele discursava ou oferecia apartes, sempre pregando moral e combatendo a corrupção. Chegou à visibilidade esperada e ele não soube o que fazer com ela. Enrolou-se com a corrupção que tanto combatia. E da noite para o dia caiu na desgraça. Nesse momento, Demóstenes Torres, além das páginas políticas dos jornais, ganhava generosos espaços nas editorias de Polícia dos jornalões brasileiros. Onde foi que eu errei, teria indagado aos seus colegas. Hoje ele sabe e, por isso, está sendo processado pelo Supremo Tribunal Federal - ele ainda tem foro privilegiado - e no Conselho de Ética, do Senado da República.
Demóstenes, contagioso, vaga pelos corredores do Congresso, como um zumbi. Ele está invisível, especialmente, aos colegas senadores. A notoriedade que ele havia conquistado por pretensas virtudes ainda existe. Desta vez, pelos seus erros, ganância e ambições. O cara é mesmo esperto. Repare: Quatro meses depois das eleições de 2010, o seu patrimônio praticamente quadruplicou. Em 2010, quando se reelegeu senador, Demóstenes declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio de R$ 374 mil. Agora, há poucos dias, se soube que Carlinhos Cachoeira “doou” ao nobre senador mais de R$ 3 milhões. Por serviços prestados, naturalmente. Seu apartamento está avaliado em R$ 2 milhões.
INDAGAÇÃO - Teria Demóstenes Torres adquirido todo esse patrimônio com os vencimentos de senador? Nem a pau, Nicolau!!!
A Sociedade organizada têm por dever exigir dos Poderes de Estado o foco da finalidade pública e a observância do interesse público na defesa dos direitos básicos e da qualidade da vida da população na construção de uma sociedade livre, justa e democrática. Para tanto, é necessário aprimorar as leis, cumprir os princípios administrativos, republicanos e democráticos, zelar pelas riquezas do país, garantir a ordem pública, fortalecer a justiça e consolidar a Paz Social no Brasil.
VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.
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