EDITORIAL
Estamos em plena campanha eleitoral, com o horário político polarizando as atenções. A audiência das rádios e televisões, quando das mensagens dos candidatos, segundo pesquisas, é baixa. Mais do que seria tolerável, eis que somente conhecendo propostas e pessoas será possível escolher bem. Há quem afirme, no entanto, que as falas de agora são as mesmas de eleições passadas e que não se cumpriram. No entanto, estaremos fazendo aí tábua rasa de uma situação que tem melhorado, malgrado os tropeços, as falcatruas e os desenganos aqui e ali. Não podemos desistir de promover melhorias na administração pública, da mesma forma que empresários e empregados também não devem desistir.
O Brasil parece mesmo destinado a ter uma bipolaridade socioeconômica. Ora somos o país da moda, em outros dias surgimos à beira do abismo fiscal, da balança comercial e do crescimento deficitários. O Brasil dos movimentos sociais precisa saber a sua verdade.
Uma inquebrantável busca da verdade é que poderá corrigir os erros de governos que praticam um irracionalismo unilateral. Não podemos, para entender os problemas que nos assolam, nos distanciaremos da sociologia. Temos fatores que giram em torno do psiquismo das massas bem como socioeconômicos. Sem esquerdismos nem direitismos, dicotomia que só nos tem atrasado, temos, sim, condições de nos guiarmos em busca de dias melhores, sem as peias das paixões irracionais. A força dos anseios pela felicidade e a saúde empurra os brasileiros para frente, pois são equipamentos naturais de todos nós. A cura social virá com a remoção dos obstáculos que nos impedem de agir. Porém, dentro da ordem, do planejamento, da disciplina e da consciência coletiva positiva.
Recorde-se que, por verdade, não há fórmulas de autoajuda social para se obter a felicidade ou a paz de espírito. O Brasil deve interrogar-se antes de se tranquilizar na base do “isso só acontece com os outros, estamos livres”. O brasileiro de hoje sente-se bastante inquieto e, geralmente, perplexo. Labuta e lida, mas tem uma vaga consciência da futilidade dos seus esforços. Enquanto cresce na sua vida individual com a onda de consumo desde automóveis como viagens ao exterior, sente-se impotente em sua vida espiritual individual e socialmente, perdendo de vista o que dá significado a tudo, o próprio ser humano.
Em 2009, a Economist Intelligence Unit (EIU), centro de pesquisas da revista britânica The Economist, divulgou que “o Brasil está na moda e no caminho para um crescimento sustentado da economia acima de 5% ao ano”. Na onda do otimismo em relação ao País, a revista citava a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas em 2016 e projetava crescimento de 7,8% para 2010, acima dos surpreendentes 7,3% previstos pelo Banco Central (BC). O panorama, no entanto, só piorou, desde então.
Claro, as previsões caíram e o Produto Interno Bruto (PIB) de 2014 está projetado para menos de 0,5%. No entanto, incrivelmente e comprovando a bipolaridade socioeconômica que parece ser uma característica nossa, o Brasil é o 4º país mais atraente ao capital externo. Foram, nos últimos 10 anos, € 131 bilhões investidos aqui. Apenas atrás da China, Estados Unidos e Índia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário