REVISTA ISTO É N° Edição: 2338, 12.Set.14 - 20:00
Carlos José Marques, diretor editorial
EDITORIAL
Guardam semelhanças evidentes os dois grandes escândalos que marcam a gestão petista no País. E não apenas no “modus operandi”, com desvios de recursos de estatais para alimentar partidos, políticos e campanhas. A identidade está inclusive na tática de negação usada por autoridades quando confrontadas com os fatos. O ex-presidente Lula, lá atrás, que primeiro se disse indignado e traído com o mensalão, afirmou não saber de nada, muito embora tudo tenha ocorrido às portas de sua sala, nos gabinetes mais estrelados do Planalto. Seu então braço direito, José Dirceu, e outros próximos auxiliares como Genoino, Delúbio & Cia. acabaram, como todos sabem, atrás das grades. Lula passou o resto do mandato, e segue até hoje, falando em complô e não admitindo a existência daquele propinoduto, montado pelo aparelhamento sindical do PT em uma diretoria do Banco do Brasil. Na maracutaia da vez, o assalto aos cofres da Petrobras, a presidenta Dilma reagiu “estarrecida”, nas palavras dela, e disse nunca ter desconfiado de nada, muito embora na qualidade de ex-ministra de Minas e Energia e presidenta do conselho de administração da estatal durante os malfeitos tivesse acesso a todos os papéis da empresa. Condição que mantém até hoje no posto de mandatária da Nação. O “nada sei” virou argumento conveniente de defesa, bem como o esforço para desqualificar as denúncias. A tropa oficial fala agora em interesses ocultos por trás das acusações e em “desespero” dos adversários por conta da corrida eleitoral. Tenta desviar o foco e abafar o caso. Sobra desfaçatez, mesmo quando a presidenta vem a público dizer que “a sangria estancou”. Se ela desconhecia os meandros do esquema, como pode garantir que estancou a drenagem de recursos, ainda sob investigação? Demonstrado está que o aparelhamento do Estado, em curso há mais de uma década, converteu-se em uma praga de prejuízo imensurável e maculou empresas que sempre deram orgulho aos brasileiros. A qualificação técnica e o trabalho extraordinário de desenvolvimento dessas companhias – bem como o nome e a reputação que elas construíram ao longo de décadas – não podem ser confundidos com as transações escusas de pequenos grupelhos ali infiltrados, verdadeiras quadrilhas do crime, que tomaram de assalto seus negócios à sombra da complacência e, em muitos casos, conivência de padrinhos políticos. Em respeito ao cidadão, ao eleitor e ao patrimônio que é de todo brasileiro, não se deve tolerar de autoridades vista grossa com desmandos e fraudes dessa natureza.
Carlos José Marques, diretor editorial
EDITORIAL
Guardam semelhanças evidentes os dois grandes escândalos que marcam a gestão petista no País. E não apenas no “modus operandi”, com desvios de recursos de estatais para alimentar partidos, políticos e campanhas. A identidade está inclusive na tática de negação usada por autoridades quando confrontadas com os fatos. O ex-presidente Lula, lá atrás, que primeiro se disse indignado e traído com o mensalão, afirmou não saber de nada, muito embora tudo tenha ocorrido às portas de sua sala, nos gabinetes mais estrelados do Planalto. Seu então braço direito, José Dirceu, e outros próximos auxiliares como Genoino, Delúbio & Cia. acabaram, como todos sabem, atrás das grades. Lula passou o resto do mandato, e segue até hoje, falando em complô e não admitindo a existência daquele propinoduto, montado pelo aparelhamento sindical do PT em uma diretoria do Banco do Brasil. Na maracutaia da vez, o assalto aos cofres da Petrobras, a presidenta Dilma reagiu “estarrecida”, nas palavras dela, e disse nunca ter desconfiado de nada, muito embora na qualidade de ex-ministra de Minas e Energia e presidenta do conselho de administração da estatal durante os malfeitos tivesse acesso a todos os papéis da empresa. Condição que mantém até hoje no posto de mandatária da Nação. O “nada sei” virou argumento conveniente de defesa, bem como o esforço para desqualificar as denúncias. A tropa oficial fala agora em interesses ocultos por trás das acusações e em “desespero” dos adversários por conta da corrida eleitoral. Tenta desviar o foco e abafar o caso. Sobra desfaçatez, mesmo quando a presidenta vem a público dizer que “a sangria estancou”. Se ela desconhecia os meandros do esquema, como pode garantir que estancou a drenagem de recursos, ainda sob investigação? Demonstrado está que o aparelhamento do Estado, em curso há mais de uma década, converteu-se em uma praga de prejuízo imensurável e maculou empresas que sempre deram orgulho aos brasileiros. A qualificação técnica e o trabalho extraordinário de desenvolvimento dessas companhias – bem como o nome e a reputação que elas construíram ao longo de décadas – não podem ser confundidos com as transações escusas de pequenos grupelhos ali infiltrados, verdadeiras quadrilhas do crime, que tomaram de assalto seus negócios à sombra da complacência e, em muitos casos, conivência de padrinhos políticos. Em respeito ao cidadão, ao eleitor e ao patrimônio que é de todo brasileiro, não se deve tolerar de autoridades vista grossa com desmandos e fraudes dessa natureza.
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