REVISTA ISTO É N° Edição: 2340, 26.Set.14 - 20:30
Carlos José Marques, diretor editorial
Poucas vezes se viu uma campanha eleitoral tão pobre de ideias e repleta de promessas populistas que mascaram intenções partidárias dos que estão no poder e ludibriam a confiança dos incautos. Com o Estado tomado por um aparelhamento que assaltou algumas das maiores companhias brasileiras, a ética na política desceu ao seu mais baixo degrau por esses tempos. Foi amarrotada e jogada de lado como valor descartável. Candidatos e aliados não exibem mais qualquer sinal de constrangimento ou resquício de dúvida ao mentirem para ganhar voto. Nem mesmo quando desmentem o que antes pregavam com resoluta convicção. Contrariam princípios e toleram malfeitos em nome de uma causa maior que é, em geral, o seu próprio proveito e o dos seus apaniguados em detrimento do interesse nacional. Alianças espúrias são formadas com o único intuito de manter o “status quo” de controle da máquina. Fichas-sujas ganham espaço e notórios larápios são saudados por autoridades como injustiçados do sistema. Banalizaram o crime do colarinho-branco. Pulverizaram e multiplicaram os saques aos cofres públicos. E o debate construtivo das mudanças necessárias e das soluções aos problemas evidentes cede lugar ao vale-tudo rasteiro nas campanhas. Está claro que valores morais ficam em segundo plano quando a sucessão de escândalos de corrupção, de peculato e de formação de quadrilha converte-se em cena corriqueira, passível de aceitação – e até de cínica justificativa – por aqueles que deveriam liderar seu combate. Na onda da emoção, muitos eleitores foram assediados com falsos compromissos que mais tarde, certamente, não serão cumpridos. Ao final e ao cabo do processo, a racionalidade irá prevalecer. A índole cordata e ordeira do brasileiro não pode, nem deve, ser confundida com resignação ou aceitação a tudo que está aí. Erram aqueles que imaginam poder enganar todos o tempo todo. A melhor arma de combate a essa impressão equivocada é a urna. Ali cada cidadão exerce seu legítimo direito de reagir, de manifestar sua opção e de influenciar por um país melhor. Não pairam dúvidas, a sociedade há de escolher o melhor caminho e de confirmar que, em sua imensa maioria, zela por padrões de dignidade e respeito à ética, como valores inegociáveis da Nação.
Carlos José Marques, diretor editorial
Poucas vezes se viu uma campanha eleitoral tão pobre de ideias e repleta de promessas populistas que mascaram intenções partidárias dos que estão no poder e ludibriam a confiança dos incautos. Com o Estado tomado por um aparelhamento que assaltou algumas das maiores companhias brasileiras, a ética na política desceu ao seu mais baixo degrau por esses tempos. Foi amarrotada e jogada de lado como valor descartável. Candidatos e aliados não exibem mais qualquer sinal de constrangimento ou resquício de dúvida ao mentirem para ganhar voto. Nem mesmo quando desmentem o que antes pregavam com resoluta convicção. Contrariam princípios e toleram malfeitos em nome de uma causa maior que é, em geral, o seu próprio proveito e o dos seus apaniguados em detrimento do interesse nacional. Alianças espúrias são formadas com o único intuito de manter o “status quo” de controle da máquina. Fichas-sujas ganham espaço e notórios larápios são saudados por autoridades como injustiçados do sistema. Banalizaram o crime do colarinho-branco. Pulverizaram e multiplicaram os saques aos cofres públicos. E o debate construtivo das mudanças necessárias e das soluções aos problemas evidentes cede lugar ao vale-tudo rasteiro nas campanhas. Está claro que valores morais ficam em segundo plano quando a sucessão de escândalos de corrupção, de peculato e de formação de quadrilha converte-se em cena corriqueira, passível de aceitação – e até de cínica justificativa – por aqueles que deveriam liderar seu combate. Na onda da emoção, muitos eleitores foram assediados com falsos compromissos que mais tarde, certamente, não serão cumpridos. Ao final e ao cabo do processo, a racionalidade irá prevalecer. A índole cordata e ordeira do brasileiro não pode, nem deve, ser confundida com resignação ou aceitação a tudo que está aí. Erram aqueles que imaginam poder enganar todos o tempo todo. A melhor arma de combate a essa impressão equivocada é a urna. Ali cada cidadão exerce seu legítimo direito de reagir, de manifestar sua opção e de influenciar por um país melhor. Não pairam dúvidas, a sociedade há de escolher o melhor caminho e de confirmar que, em sua imensa maioria, zela por padrões de dignidade e respeito à ética, como valores inegociáveis da Nação.
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