VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

domingo, 14 de setembro de 2014

VOCÊ DECIDE


ZH 14 de setembro de 2014 | N° 17922


EDITORIAL


Uma democracia pressupõe ampla liberdade de escolha e de atuação, de preferência com ações que contribuam para aprimorá-la.


A três semanas das eleições gerais de 5 de outubro nas quais os brasileiros escolherão quem irá assumir o comando do país e dos Estados e quem irá representá-los nos Legislativos dessas duas instâncias da federação , ainda há tempo para uma reflexão sobre a importância desse processo. Por maior que seja o desencanto com a política e com os seus reflexos sobre a economia e os serviços públicos, entre tantas outras áreas, é importante que os cidadãos não contribuam para desmerecer a política, mas para qualificá-la. Só o eleitor, munido do mais poderoso instrumento da democracia, que é o voto livre, independente e consciente, pode tornar a política brasileira mais digna e comprometida com os reais interesses do país.

Mesmo com as facilidades disponíveis hoje para tornar as campanhas eleitorais mais eficazes, segue oportuno o alerta do pensador alemão Bertolt Brecht, para quem “o pior analfabeto é o analfabeto político”. Na sua visão, o cidadão alienado “não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos”, além de desconhecer que questões como o custo de vida, por exemplo, dependem de suas decisões. E, na sua ignorância, “estufa o peito dizendo que odeia a política”, abrindo assim espaço para que outros elejam maus políticos. As advertências de Brecht, embora feitas no século passado, se mantêm atualizadas.

Com amplo acesso a informações e recursos tecnológicos para definir suas escolhas políticas com segurança, o eleitor tem hoje menos razões do que no passado para manifestar desinteresse e até rejeição pela política. Se há justificativas para desencanto com os resultados de ações de gestores públicos e legisladores, nada recomenda, a esta altura da campanha eleitoral, pregações como a de voto em branco, ou nulo – ou, pior ainda, de greve de votos, como chegam a defender alguns grupos. Uma democracia pressupõe ampla liberdade de escolha e de atuação, de preferência com ações que contribuam para aprimorá-la.

Inovações como a Lei da Ficha Limpa ajudaram a qualificar a democracia brasileira, ao garantir maior segurança aos eleitores, que passaram a ter melhores condições de examinar a trajetória dos candidatos antes de definir seu voto. Cada vez mais, é preciso facilitar o acompanhamento posterior, pois o papel dos eleitores está longe de se encerrar quando o voto é digitado na urna.



Editorial publicado antecipadamente no site de Zero Hora, na quinta-feira, com links para Facebook e Twitter. Os comentários para a edição impressa foram selecionados até as 18h de sexta-feira. A questão: Editorial condena rejeição à política e greve de votos. Você concorda?

O LEITOR CONCORDA

Concordo. Não se pode admitir, no atual estágio de evolução da sociedade, a alienação às propostas apresentadas pelos concorrentes aos diversos cargos políticos. Essa visão já está ultrapassada, tendo em vista os diversos meios de comunicação disponíveis ao cidadão na busca da informação. A comparação e o correto entendimento entre as propostas apresentadas faz-se muito necessária, para que possamos assiduamente cobrar, a posteriori, os compromissos assumidos pelos candidatos eleitos, elevando assim ao máximo o regime político baseado nos princípios da soberania popular, mais conhecida como democracia.

GUSTAVO DIEL DEVES SANTA ROSA (RS)

O LEITOR DISCORDA

Não concordo. O texto parece esquecer a constitucionalidade do voto nulo ou branco. Parece esquecer-se também que ainda existe no país a liberdade de opinião e de expressão, portanto, advogar por qualquer posição que seja é um direito incontestável. Se um eleitor não encontra eco das suas insatisfações em nenhum dos candidatos que se apresentam, por que deve escolher alguém? Não me parece inteligente na atual conjuntura política esse tipo de atitude, todavia, é preciso que haja respeito a atitudes e posições constitucionais.

MÁRCIO DE CARVALHO DAMINPORTO ALEGRE (RS)

Não concordo. Também fazem parte da democracia, a rejeição, o voto em branco ou nulo. A política tem mostrado escândalo em cima de escândalo e muito pouco além disso. Colocar a culpa no povo, alegando que o mesmo não participa, e no pouco tempo de nossa democracia já não cabe mais. O que falta mesmo é vontade política e judicial para que o nosso país venha de fato a ser uma nação plena e justa para todos.

GILNEI CASTRO PELOTAS (RS)

Quando votamos nosso voto é para um candidato? Um partido? Uma coligação (ou sopa de letrinhas)? Uma possível bancada de interesses comuns? Votei em candidatos a deputados federal e estadual que foram eleitos mas viraram ministros e secretários estaduais, respectivamente, após a posse. O meu voto acabou elegendo, então, quem estava na suplência? Quem, afinal, elegemos?

PAULO DO PRADO FUNK CARAZINHO (RS)

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