REDAÇÃO ÉPOCA, COM ESTADÃO CONTEÚDO
19/09/2014 20h04
"A pesquisa continha erros extremamente graves. Nos cabe pedir desculpas a toda sociedade brasileira", disse a presidente do IBGE
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (19) uma errata sobre os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada na quinta-feira de manhã. Segundo o instituto, a pequisa estava errada nos dados de sete Estados: Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. "A pesquisa continha erros extremamente graves. Nos cabe pedir desculpas a toda sociedade brasileira", afirmou a presidente do instituto, Wasmália Bivar.
A pesquisa é feita em todos os Estados e em nove regiões metropolitanas. Segundo o IBGE, o erro aconteceu nos Estados que têm mais de uma região metropolitana. Na hora de fazer a expansão da amostra para toda a população, o instituto utilizou, equivocadamente, a projeção de população referente a todas as áreas metropolitanas em vez da projeção de população da região metropolitana na qual está inserida a capital. Por exemplo, para calcular os dados da cidade de São Paulo, foi usada uma projeção que também continha os números de Campinas.
As maiores alterações ocorreram no índice de Gini, que mede a desigualdade. Antes, o índice de Gini a partir da renda do trabalho apontava um resultado de 0,498 em 2013, contra 0,496 em 2012. Agora, o índice de 2013 foi revisado para 0,495. "Houve desconcentração de renda, ainda que pequena", disse o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.
Outra alteração ocorreu no índice de analfabetismo. Os dados divulgados inicialmente mostravam que a taxa de analfabetismo estava em 8,3%. Na verdade, ela é ligeiramente maior, em 8,5%.
Segundo o diretor de Pesquisas do IBGE, Roberto Olinto, não houve interferência política na errata publicada pelo IBGE. A suspeita ocorre porque os dados da desigualdade foram utilizados pelos partidos de oposição durante a campanha eleitoral.
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