EDITORIAL ZERO HORA 11/04/2012
Baseado em brechas na legislação, um terço dos 38 ministros da presidente Dilma Rousseff recorre hoje a mecanismos como jetons pela participação em conselhos de administração e fiscais de empresas públicas e estatais e auxílio-moradia, elevando assim seus vencimentos a patamares muito acima do teto salarial do governo. O artifício, comum em administrações anteriores, tornou-se ainda menos aceitável a partir do momento em que o teto de ganhos do setor público foi fixado em R$ 26.723,15. No caso do Legislativo e do Judiciário, alternativas como o auxílio-moradia também são usadas para robustecer os ganhos mensais. Se a explicação para os excessos está em brechas da lei, a sociedade precisa se mobilizar, pressionando para a fixação de parâmetros claros, como os seguidos pela maioria dos brasileiros.
Como demonstrou reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, é justamente graças a pró-labores em instituições públicas que integrantes do ministério conseguem elevar seus ganhos acima de R$ 46 mil mensais. A participação de ministros em conselhos fiscais e de administração deve ser justificada pelo fato de essas empresas executarem projetos ligados a suas pastas, não como forma de elevação de ganhos.
Aprovado em fevereiro do ano passado, o teto salarial do setor público não chegou a fixar parâmetros claros sobre valores extras. O Congresso não tem mais como retardar a definição sobre quais verbas integram o vencimento bruto e as que têm caráter indenizatório, permitindo à sociedade exercer mais facilmente seu papel fiscalizador.
É inadmissível que ministros de Estado continuem recorrendo a jetons em empresas estatais para turbinar seus vencimentos, além de se valer também de artifícios comuns em outros poderes, como o auxílio-moradia. Se há um teto definido para salários no setor público, cabe ao Congresso criar as condições para o seu cumprimento. O que não pode continuar ocorrendo é uma situação em que a lei não consegue conter ganhos, justamente por imprecisões cujo objetivo parece ser o de favorecer privilégios.
A Sociedade organizada têm por dever exigir dos Poderes de Estado o foco da finalidade pública e a observância do interesse público na defesa dos direitos básicos e da qualidade da vida da população na construção de uma sociedade livre, justa e democrática. Para tanto, é necessário aprimorar as leis, cumprir os princípios administrativos, republicanos e democráticos, zelar pelas riquezas do país, garantir a ordem pública, fortalecer a justiça e consolidar a Paz Social no Brasil.
VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.
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