PÁGINA 10 | ROSANE DE OLIVEIRA - ZERO HORA 13/04/2012
Foi surpreendentemente fácil chegar ao acordo para a criação de uma CPI mista para investigar os tentáculos do bicheiro Carlinhos Cachoeira. Por motivos diferentes, opositores e aliados do governo defenderam o aprofundamento das investigações, sem pensar que poderiam virar vidraça. Em se tratando de Cachoeira, vale como nunca a máxima de que o problema das CPIs é que todo mundo sabe como começam, mas não se pode prever como terminam. Não bastassem as escutas da Polícia Federal, políticos de diferentes partidos precisam se preocupar com o material acumulado por Cachoeira, um sujeito que costuma gravar suas conversas com políticos a quem distribui favores.
O PT se jogou de cabeça na CPI, aparentemente orientado pelo ex-presidente Lula, imaginando implodir a oposição no Congresso e desgastar a revista Veja, por conta de gravações de conversas de um dos seus editores com Cachoeira. A ideia de usar a CPI para identificar “os autores da farsa do mensalão” revelou-se desastrosa. Mal saiu o acordo para a criação da CPI e surgiram indícios de envolvimento do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz. Agora é tarde para voltar atrás – inclusive para outro Queiroz, o delegado Protógenes (PSOL-SP), versão esquerdista de Demóstenes Torres em matéria de defesa da ética alheia. Não se pode esquecer que tudo começou com Waldomiro Diniz, então assessor de José Dirceu.
Como ficou combinado que a CPI vai sair, os petistas e seus aliados tentam garantir a blindagem. Não será fácil: os tentáculos de Cachoeira estão espalhados por quase todos os partidos e ninguém sabe o que pode vir à tona.
Um sinal evidente desta preocupação foi o fato de cinco senadores terem recusado a relatoria do processo contra o senador Demóstenes na Comissão de Ética. O que temem Edison Lobão Filho (PMDB-MA), Gim Argello (PTB-DF), Ciro Nogueira (PP-PI), Renan Calheiros (PMDB-AL) e Romero Jucá (PMDB-RR)?
Razões de foro íntimo não são explicação que se aceite num caso como esse. O relator será o sexto sorteado, o petista Humberto Costa (PT-PE).
A Sociedade organizada têm por dever exigir dos Poderes de Estado o foco da finalidade pública e a observância do interesse público na defesa dos direitos básicos e da qualidade da vida da população na construção de uma sociedade livre, justa e democrática. Para tanto, é necessário aprimorar as leis, cumprir os princípios administrativos, republicanos e democráticos, zelar pelas riquezas do país, garantir a ordem pública, fortalecer a justiça e consolidar a Paz Social no Brasil.
VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.
Nenhum comentário:
Postar um comentário