VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

A POLÍTICA ADJETIVADA


ZH 01 de setembro de 2014 | N° 17909


EDITORIAL





Independentemente de rótulos, o que os eleitores almejam é política e políticos compromissados com a ética e o bem comum, com a seriedade e a eficiência na gestão, além de transparência em todos os seus atos.

Além de alterar a bipolarização dos últimos 20 anos, o atual quadro eleitoral da disputa pela Presidência da República introduziu no vocabulário nacional um embate entre duas expressões: a nova política e a velha política. Trata-se, evidentemente, de um jogo de palavras que não condiz com a realidade. Se quisermos adjetivar a política que os brasileiros desejam e demonstraram de forma inequívoca nas manifestações de rua do ano passado, as palavras adequadas devem ser decência, honestidade e transparência. Isso não é novo nem velho. É o que os brasileiros exigem de seus governantes e representantes políticos.

O que ficou evidenciado particularmente a partir dos protestos de junho do ano passado é que os políticos, de maneira geral, comprometeram-se com a mudança defendida nas ruas, mas resistem em adotá-la na prática. O sinal mais claro da falta de vontade de atender aos anseios populares é a pouca ou nenhuma disposição de levar adiante uma proposta consistente de reforma política. Falta empenho até mesmo para aprovar uma questão essencial para a moralização da política, como a proposta de entidades civis, incluindo a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), de veto a contribuições de empresas privadas para campanhas. Doações na expectativa de posterior retorno sob a forma de incentivos fiscais, facilidades em licitações e cargos públicos constituem-se hoje na principal brecha para a deformação de uso da máquina pública e para a corrupção.

Nas condições atuais, é raro que candidatos a cargos eletivos consigam escapar de acordos de conveniência para assegurar mais tempo no horário eleitoral obrigatório. Além disso, dificilmente os eleitores garantem maioria a quem elegem para cargos executivos. Em consequência, os eleitos são forçados a costurar acordos com líderes de partidos com os quais, muitas vezes, não têm qualquer afinidade, na tentativa de assegurar condições de aprovar suas propostas no Legislativo. Uma das consequências dessa prática é a transformação da política num mero balcão de negociações, no qual o toma- lá-dá-cá nada tem a ver com os interesses dos eleitores.

São comportamentos como esses que o país não tem mais como tolerar. Independentemente de rótulos, o que os eleitores almejam é política e políticos compromissados com a ética e o bem comum, com a seriedade e a eficiência na gestão, além de transparência em todos os seus atos.


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