VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

CULPA EXCLUSIVA DOS PARTIDOS

 
ZERO HORA 30 de setembro de 2012 | N° 17208

PÁGINA 10 | ROSANE DE OLIVEIRA



De onde saíram esses candidatos bizarros que fazem a campanha dos vereadores parecer esquetes de um programa de mau gosto? Saíram dos partidos políticos aos quais estão filiados há pelo menos um ano, como manda a Lei Eleitoral. Será isso que se vê na propaganda a nata da política no Rio Grande do Sul?

Um ano antes da eleição, os dirigentes partidários se esfalfam tentando conquistar pessoas conhecidas para engrossar sua lista de candidatos. Não importa a ideologia, muito menos a capacidade de legislar ou de fiscalizar a administração municipal.

Na caça às subcelebridades que podem atrair votos, ex-jogador de futebol vale ouro, mesmo que sua única credencial seja um passado de glórias nos gramados. Jornalistas podem ser ouro, prata ou bronze, dependendo dos espaços que já ocuparam. Artistas? Serve qualquer um, inclusive os sem talento que nunca serão mais do que caricaturas. Mesmo que não tenham chance de se eleger, qualquer voto soma para o quociente eleitoral.

Emparedados entre os folclóricos e os que impõem sua presença pela força do dinheiro que sustenta campanhas milionárias, os candidatos sérios, de boas ideias e poucos recursos, têm poucas chances de fazer sua mensagem chegar ao eleitor. Podem ser conhecidos no seu meio social, mas não conseguem concorrer com quem está em todas as partes na forma de cartaz, bandeira, carro de som ou cabo eleitoral.

Na próxima eleição para deputado estadual e federal, em vez de lançar tantos candidatos inexpressivos, que ocupam o espaço da propaganda e nada acrescentam, os partidos deveriam selecionar melhor e entender que, às vezes, menos é mais. Menos pessoas desqualificadas para sobrar mais espaço a quem pode fazer a diferença.

Não é de se estranhar que, a uma semana da eleição, metade dos eleitores da Capital ainda não tenha escolhido seu candidato a vereador. Simplesmente, faltam elementos para ajudar na escolha, deficiência que Zero Hora tenta suprir nesta edição, oferecendo a quem ainda não se definiu instrumentos para qualificar sua opção.

ALIÁS

Há pessoas que concorrem sabendo que não têm qualquer chance de se eleger, mas sonham com a retribuição do partido na forma de cargos em um futuro governo.


Cargos em troca de apoio

O programa eleitoral exibido na sexta-feira à noite pela campanha do petista Marcos Daneluz esquentou a disputa em Caxias do Sul. O vídeo mostra trechos de uma gravação, entregue à Justiça Eleitoral, em que apoiadores da candidatura de seu principal adversário, Alceu Barbosa Velho (PDT), discutem o loteamento de cargos na prefeitura em troca de apoio político.

– O partido que estiver com essa candidatura, ele tem uma direção, tem um “CC 8”. Ponto. Esse é o critério que eu achei maravilhoso porque todos são contemplados em pé de igualdade. Daí para frente, vamos ver o que acontece – diz Alceu na gravação.

Em seguida, o programa informa que o salário básico de um CC 8 é de R$ 5,3 mil, chegando a R$ 8,1 mil com a verba de representação.

A repercussão chegou às redes sociais, onde adversários de Alceu começaram a se referir ao caso como “o mensalinho de Caxias”.


Negociação política

Alceu Barbosa Velho confirma o teor da gravação, ocorrida em maio, e diz que não fez nada de ilegal:

– Fizemos uma negociação política normal. Eu disse para os representantes dos partidos: ajuda a ganhar, ajuda a governar. E garanti a cada um deles essa participação no governo.

Na versão de Alceu, os presidentes do PRB, Renato Nunes, e do PTC, Koiti Tamura, queriam mais cargos e, por isso, não entraram na sua aliança, migrando para a do PT.

Se um candidato não tem noção de que está fazendo papel ridículo, a família e os amigos deveriam alertá-lo de que campanha eleitoral não é um espetáculo de circo.

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