ZERO HORA 02 de outubro de 2012 | N° 17210. ARTIGOS
Roberto Carvalho Fraga *
Já escrevi linhas semelhantes a estas, mas o momento sociopolítico atual é propício. Por favor: cumpram com o que está sendo prometido. Estamos às vésperas de eleições. Elegeremos prefeitos e respectivos vereadores de nossos municípios. E, pelo que estou vendo nas campanhas (rádio, televisão, cartazes, panfletos etc. etc.), agora nossas cidades vão se endireitar de vez.
Nossos problemas estão em vias de se acabarem, seja qual for a dimensão deste ou daquele. Ah, também estou com a impressão de que, seja qualquer um dos candidatos o escolhido, nossa sociedade irá se endireitar para sempre. Pelo que vi, repito, teremos, a partir do ano próximo, assistência médica satisfatória, transporte público eficiente, irradiação da pobreza municipal (irradiação não; erradicação), segurança nas ruas, avenidas, becos e ruelas.
Esqueci: agora, finalmente, a educação, em nossas cidades, terá um salto máximo, com orçamento satisfatório e, lógico, uma educação para nossos filhos, netos, sobrinhos, afilhados, de forma que eles efetivamente tenham um ensino público adequado. Nossas crianças estão salvas. Só que, peço de novo: senhores candidatos, cumpram com as promessas que estão sendo feitas diariamente, ou, então, não as façam. Não enganem os cidadãos votantes; não de novo.
Sinto-me com o direito de cobrar o que está sendo prometido, porque está sendo de forma pública, solto aos quatro ventos, veementemente insistente. Com gravações e escritos, debates e, pasmem, até em cartazes. Posso e podemos, sim, exigir o cumprimento das promessas que estão batendo em nossas portas, adentrando em nossos ouvidos e olhares. Até porquanto os votos estarão assentados nestas promessas.
Senhores candidatos: lembrem-se sempre, queremos o cumprimento do que está sendo prometido, por ser um essencial e inafastável direito de cidadão que está na iminência do voto. Fácil é a resposta àquela pergunta: quem cuida das promessas feitas? Nós, a sociedade (eu, tu, ele, nós), é que cuidaremos para que as promessas sejam concretizadas, se efetivem e se dê ao povo brasileiro (por ora no âmbito municipal) aquilo que de direito lhes pertence e que é o mínimo que um Estado, lato sensu, deve dar ao seu cidadão: educação, saúde, justiça (mais rápida), segurança, alimentação e, quiçá, um “lazerzinho” de vez em quando.
Ah, não vale dizer que não temos orçamento, que é difícil, que política é só um pleito eleitoral, que há muitos interesses em jogo.
Isso não vale mais, até porque não engolimos e não aguentamos mais tais desculpas. Até porque, repito, durante esta campanha essas escusas não foram mencionadas.
Pelo contrário, ao que parece, nos dizeres de todos os candidatos, verba e dinheiro haverá para todo o prometido. Queremos unicamente e não mais que isso: o cumprimento do que está sendo prometido de livre e espontânea vontade. Nada mais do que isso. Cumpram o que está sendo prometido; ou cessem as promessas.
*Juiz de Direito
Nenhum comentário:
Postar um comentário