JORNAL DO COMÉRCIO, 19/10/2012
Adão Oliveira - Conexão Política
Enquanto a Justiça - STF - limpou a barra com a nação fazendo uma verdadeira caçada aos corruptos do mensalão, o Legislativo - Câmara dos Deputados - enxovalhou mais ainda a sua imagem junto à sociedade ao institucionalizar a tão conhecida gazeta - ausência na Casa. Agora as sessões deliberativas da Câmara dos Deputados só acontecerão às terças, quartas e quintas-feiras.
A rigor, nada mudou. Antes era assim, só que suas excelências não reconheciam isso. Chegavam a Brasília segunda à noite e voltavam às suas bases na quinta-feira, após a sessão. Agora, escracharam. O que já existia na prática foi inserido no Regimento Interno da Casa. Reparem, os caras perderam de vez a compostura. E o tal decoro? Oficialmente, as votações da Casa só ocorrerão nestes três dias da semana.
Os ilustres parlamentares aprovaram essa excrescência em votação simbólica, imaginem.... Isso é um deboche! A semana - para os deputados - fica sendo oficialmente de três dias, bem ao contrário da semana inglesa - de cinco dias e meio -, que o trabalhador brasileiro precisa cumprir para ganhar o pão de cada dia.
O argumento do presidente da Casa, deputado Marco Maia, é, no mínimo, pueril. Ele disse, pasmem: “Enganam-se os que pensam que os deputados só trabalham quando estão em plenário. Eles laboram também nos estados, em contato com as bases”. Gracinha! Como diria a finada Hebe Camargo. E disse mais, o ilustre canoense: “O Legislativo brasileiro é um dos poucos que funciona cinco dias por semana durante o ano todo”. Ah, para!
O deputado Rubens Bueno, do PPS do Paraná, caiu de pau na medida, ao afirmar que a Câmara, com esta decisão, “oficializou a gazeta”. É verdade! Que tanta “visita às bases” é esta? Os caras estão todo o fim de semana nas suas regiões, e o pior, não se vê trabalhos apresentados na Casa resultantes destas visitas. É blefe puro. E tem mais: eles ganham passagem de avião e despesas de viagem. Querem o quê?
Mas, no Congresso Nacional, não é só a Câmara que faz patacoadas. Outro dia, o presidente do Senado, José Sarney, anunciou, com “pompa e circunstância”, que a Câmara Alta da República iria honrar o pagamento de Imposto de Renda devido pelos senadores sobre o 14º e o 15º salários de 2007 a 2011. É ou não é um escárnio? O Congresso Nacional precisa urgentemente rever seus conceitos. Sua imagem junto à população é muito ruim. É preciso moralizar.
Home office
A página no Twitter do presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia, do PT, foi invadida, na quinta-feira, por manifestações indignadas de internautas contrários à decisão da Casa de só realizar votações às terças, quartas e quintas-feiras. São frases do tipo “são pessoas como você que me fazem ter vergonha de ser brasileiro” ou “daqui a pouco, os deputados vão querer fazer home office”.
A Sociedade organizada têm por dever exigir dos Poderes de Estado o foco da finalidade pública e a observância do interesse público na defesa dos direitos básicos e da qualidade da vida da população na construção de uma sociedade livre, justa e democrática. Para tanto, é necessário aprimorar as leis, cumprir os princípios administrativos, republicanos e democráticos, zelar pelas riquezas do país, garantir a ordem pública, fortalecer a justiça e consolidar a Paz Social no Brasil.
VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.
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