VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

sexta-feira, 21 de março de 2014

TÁ TUDO ERRADO



ZERO HORA 21 de março de 2014 | N° 17739


ARTIGOS


Maria Celeste Leitzke*




O jornal Zero Hora mostrou na sua edição de 12 de março dois assuntos extremamente conflitantes e que certamente devem ter indignado milhares de leitores que, como eu, acompanham as incoerências e o desrespeito pelos seres humanos neste país. Em contraste com a página 6, onde mostra que quatro senadores da República gastaram entre 2009 e 2013 mais de R$ 160 mil em tratamentos de saúde e odontológicos, a página 33 conta a situação agonizante de um cidadão brasileiro que espera pela marcação de uma cirurgia há mais de um ano (e esse tempo até não é dos mais longos), sem poder trabalhar e sequer ter vida própria.

Não consigo entender por que a saúde e os dentes de um senador valham mais do que o de qualquer cidadão comum, mas ainda que valessem, um senador tem todas as possibilidades imagináveis para poder tratar-se sem que precise ter direito a apresentar, anualmente, notas com gastos de até R$ 32.958,12, despesa esta paga pelo contribuinte. Aliás, diga-se de passagem, esse mesmo contribuinte que é obrigado a ajudar nas despesas médicas e odontológicas dos senhores senadores, quando precisa tratar da sua própria saúde, não tem quem o ajude!

No que diz respeito a salários, os senadores brasileiros ocupam o magnífico quarto lugar no ranking mundial. Estão atrás, apenas, de Itália, França e Alemanha. Em que mais ocupamos o quarto lugar? Em excelência e referência no que diz respeito à educação? À saúde? À segurança? Não. Com certeza, não!

O salário-base de um senador, que acompanha o teto constitucional, é de R$ 29.462,25, embora se saiba que nenhum deles recebe apenas esse valor. Alguns chegam a receber mais de R$ 60 mil por mês. Além disso, existe ainda a Cota para Exercício da Atividade Parlamentar dos Senadores (Ceaps), que representa um valor de mais de R$ 15 mil mensais, mais cinco passagens aéreas mensais, de ida e volta da capital do Estado de origem do senador para Brasília, além do auxílio-moradia no valor de quase R$ 4 mil, auxílio psicológico, e mais o famigerado auxílio médico-odontológico, que pode atingir, como já foi mostrado acima, mais de R$ 30 mil. Tudo isso sem contar os salários extras recebidos no início do ano, a título de “ajuda de custo”.

Por tudo isso e por muito mais que desconhecemos, é que considero ultrajante, lamentável, vergonhosa e inescrupulosa a atitude de quem, vendo um povo tão sofrido, em filas de espera atrás de um atendimento médico, de uma internação ou de uma cirurgia, sem outra alternativa, por absoluta falta de recursos, aceita um centavo que seja, como “auxílio” para cuidar da sua saúde.

Isto é, no mínimo, uma tremenda falta de respeito!

*PSICOPEDAGOGA


COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - MUITO BOM. RECOMENDO A ANÁLISE. Vale refletir sobre a finalidade do Senado Federal; de propor a extinção desta casa que não representa o povo; e de reagir com uma ação firme e diligente na hora de escolher o partido e o candidato, para votar em defesa das riquezas do país, de impostos justos e do interesse público em que a vida, a saúde, a educação, a justiça e a segurança são prioridades para um nação viver em paz, ordem e o progresso.

Uma grande mobilização da Sociedade organizada poderia exigir a extinção do Senado e o fim das coligações, das verbas indenizatórias, dos planos de saúde pagos com dinheiro público, de serviços gratuitos, de grande número de diretores, assessores e terceirizados,  e das moedas de troca chamadas emendas individuais. A máquina legislativa está inchada e é a mais onerosa do planeta, sugando as riquezas, criando elos corporativos, múltiplos privilégios e imoralidades sem fim, sem fiscalização e sem responsabilização.





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