ZERO HORA 14 de março de 2014 | N° 17732
EDITORIAIS
A insistência de grupos de militantes na defesa da estatização do transporte público na Capital, como alternativa de assegurar a gratuidade para os passageiros, ignora o fato de que empresas pertencentes ao poder público não acenam, necessariamente, com qualquer garantia de eficiência. O contraste entre a Carris deficitária e consórcios privados lucrativos em Porto Alegre evidencia que o passe livre não passa de uma ilusão, infelizmente cultuada por algumas organizações em descompasso com a realidade. Essa crença só pode ser atribuída à falta de conhecimento da história recente e da lógica interna de quem opera transporte público na área governamental ou em âmbito particular.
Quem já andava de ônibus em 1989 tem condições de lembrar o que ocorreu na época depois de uma intervenção por parte da prefeitura da Capital nas empresas de transporte coletivo. Entre outras consequências, que ao final acabaram pesando sobre os usuários, a tarifa acabou aumentando de forma considerável quando a operação foi devolvida aos empresários. Quem recorre hoje ao transporte coletivo precisa se perguntar também se o padrão de serviço com o qual gostaria de contar é o oferecido atualmente pela empresa controlada pelo município.
Obviamente, os problemas existem tanto na esfera pública quanto na privada – e, nesse último caso, basta lembrar que, há décadas, não há qualquer tipo de concorrência pública nessa área. Ao mesmo tempo, uma simples licitação como a pretendida pela prefeitura não pode ser vista como remédio para todos os males.
Depois das manifestações de rua por um transporte mais digno, o desafio precisa ser encarado. Só haverá garantia de bons serviços se o poder público se comprometer em fiscalizar quem os presta com rigor, independentemente de os responsáveis serem o próprio governo ou empresas particulares.
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A insistência de grupos de militantes na defesa da estatização do transporte público na Capital, como alternativa de assegurar a gratuidade para os passageiros, ignora o fato de que empresas pertencentes ao poder público não acenam, necessariamente, com qualquer garantia de eficiência. O contraste entre a Carris deficitária e consórcios privados lucrativos em Porto Alegre evidencia que o passe livre não passa de uma ilusão, infelizmente cultuada por algumas organizações em descompasso com a realidade. Essa crença só pode ser atribuída à falta de conhecimento da história recente e da lógica interna de quem opera transporte público na área governamental ou em âmbito particular.
Quem já andava de ônibus em 1989 tem condições de lembrar o que ocorreu na época depois de uma intervenção por parte da prefeitura da Capital nas empresas de transporte coletivo. Entre outras consequências, que ao final acabaram pesando sobre os usuários, a tarifa acabou aumentando de forma considerável quando a operação foi devolvida aos empresários. Quem recorre hoje ao transporte coletivo precisa se perguntar também se o padrão de serviço com o qual gostaria de contar é o oferecido atualmente pela empresa controlada pelo município.
Obviamente, os problemas existem tanto na esfera pública quanto na privada – e, nesse último caso, basta lembrar que, há décadas, não há qualquer tipo de concorrência pública nessa área. Ao mesmo tempo, uma simples licitação como a pretendida pela prefeitura não pode ser vista como remédio para todos os males.
Depois das manifestações de rua por um transporte mais digno, o desafio precisa ser encarado. Só haverá garantia de bons serviços se o poder público se comprometer em fiscalizar quem os presta com rigor, independentemente de os responsáveis serem o próprio governo ou empresas particulares.
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