Advogado sugere uma ‘vaquinha’ para ajudar Pedro Simon. Iniciativa seria um desagravo às acusações contra senador gaúcho
As insinuações de que o senador Pedro Simon (PMDB) tenha sido antiético ao utilizar R$ 62,7 mil em recursos disponíveis pelo Senado para tratamento dentário, no início do mês, seguem repercutindo no Estado. Ontem, o advogado Carlos Edison Domingues, de Santa Maria, propôs uma campanha na qual conclama a população a realizar uma “corrente de solidariedade financeira” para reembolsar o Senado dos gastos de saúde de Simon.
Domingues tem 77 anos e é um admirador do trabalho do peemedebista. Para o santa-mariense, é injusto que a imagem pública do senador tenha sido arranhada por um episódio em que não cometeu nenhuma infração. “É um momento oportuno para que isso aconteça (a campanha de solidariedade), sacudindo a consciência da sociedade para o que está acontecendo”, afirma. O advogado relembra que alguns integrantes do PT, condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na ação penal 470, conhecida como mensalão, conseguiram o pagamento das multas impostas pelo tribunal através de uma arrecadação pública. “Se para comportamentos desonestos a sociedade faz levantamento de dinheiro, por que não há de fazer para pessoas corretas?”, questionou.
Domingues pretende ganhar apoio de lideranças políticas para dar força ao movimento. “Eu não teria condições de empolgar todo o Estado. Acredito que teria que ser alguém com um comando maior, integrantes do próprio partido. Tem que ser algo mais amplo e espontâneo. Mas, no momento em que começar, vou doar uma importância modesta, que será declarada no imposto de renda, mas vou doar”, disse.
A direção do PMDB não quis se manifestar sobre o assunto. À época do episódio, o partido divulgou uma nota pública de repúdio. O texto diz que as informações “tratam-se de uma campanha movida por interesses menores, com o intuito de atacar uma verdadeira referência de honradez” e, reafirma a legalidade do ressarcimento recebido pelo senador. Simon também não quis se manifestar sobre a possível campanha de arrecadação. Em várias oportunidades posteriores à divulgação dos dados, Simon manifestou indignação com o fato, informou que “não tinha dinheiro para pagar o tratamento” e que pretende apresentar um projeto de lei modificando os critérios de acesso ao plano de saúde do Senado.
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