VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

ELEITOR QUE SOLUÇÕES, NÃO SÓ SABER DOS PROBLEMAS


JORNAL DO COMÉRCIO 03/09/2014


EDITORIAL


Muitos boatos sobre as eleições. As pesquisas inflamam mentes e corações para o bem e, mais ainda, para o mal. Deserções de partidos, preocupação com pesquisas e muitos prognósticos. Mas o povo pede - a minoria que assiste ao horário eleitoral gratuito – um basta. Não falem mais nisso. Chega de CPIs e de acusações nas campanhas políticas para os parlamentos, os governos estaduais e a presidência da República. Os eleitores querem propostas, soluções e saber como será feito o trabalho. Esse clamor, em maior ou menor intensidade, tem chegado às redações dos jornais, rádios e tevês. No entanto, são as pautas, os assuntos principais que estão postos à disposição dos editores, dos repórteres, dos que garimpam o que interessa mais aos leitores, ouvintes e telespectadores. Às vezes, não se pode negar, enjoa mesmo tratar dos mesmos assuntos por semanas a fio, sem que se chegue a um final, seja para que lado for. Como o ebola, com uma vacina que salvou alguns e não evitou que outras pessoas morressem. Por isso, temos as indefectíveis receitas caseiras que circulam na internet. Podem ser tão ilusórias como as que nos mandam atualizar códigos de acesso a contas bancárias, mas não custa tentar um chá de erva-doce para prevenir a gripe que nos apavora. No caso eleitoral, a questão parece ser uma daquelas novelas que tanto criticamos, mas jamais deixamos de assistir. Pelo menos até sabermos “quem matou quem” ou, o mais tradicional, “quem é mesmo o pai dessa criança”. Fica claro, até agora, pelo menos, que há gravações sobre apoios no segundo turno, para um ou outro lado, com os desmentidos tradicionais. Pessoas gravando conversas nas quais foram disparadas acusações para todas direções. Mas falta aquilo que se chama de prova. Um cheque, um depósito, uma foto comprometedora, um dinheiro sendo alcançado em uma esquina qualquer, uma frase confirmando, pelo acusado, que, de fato, recebera propina ou agira de má-fé. Isso é o que intriga os leigos que, como nós, esperam pela elucidação, não mais hipóteses ou presunções de culpa na campanha eleitoral.

Por isso, as pessoas continuarão a reclamar do noticiário repetitivo pelos próximos dias, no mínimo, até o pleito de outubro. Muitos reclamarão por meses, quem sabe anos, até que um juiz ou um tribunal dê o seu veredicto final. Quem é ou são os culpados ou beneficiários, diretos e indiretos, pelos desvios em órgãos públicos e as fraudes que pululam com a conivência de particulares?

A visível ignorância dos fatos imputados aos inocentes não prejudica a sociedade. O que prejudica a todos nós é a inteligência dos velhacos que agem nas sombras. Não podemos nos enganar sobre o básico, o de que o princípio da democracia nem sempre é a virtude, mas sim o ciúme, a inveja. É que quando cada um deseja ser o governante, todos se opõem e não permitem que apenas um mande. Aí vem o equilíbrio no tão citado mas pouco entendido Estado Democrático de Direito.

No entanto, para os fora da lei, a melhor justiça é aquela que perdoa e não pune. Enfim, poucas são as pessoas que condenaríamos se pudéssemos conhecer, perfeitamente, todas as circunstâncias que precederam, acompanharam ou determinaram a conduta que julgamos digna de censura ou de castigo.

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