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quinta-feira, 4 de setembro de 2014

DE CARONA PARA O PODER



Conheça os suplentes dos candidatos ao Senado na próxima eleição. Sem passar pelo crivo dos eleitores, substitutos representam atualmente 22% dos senadores em exercício

por Cleidi Pereira, ZERO HORA 04/09/2014 | 05h02




Eles são conhecidos como "políticos sem voto". Chegam ao poder de carona, sem passar pelo crivo do eleitor, mas já representam 22% dos senadores em exercício. São os suplentes, que ocupam atualmente 18 das 81 cadeiras no Senado Federal. Especialistas consultados pela reportagem defendem uma mudança nas regras da suplência, mas, enquanto isso não ocorre, aconselham os eleitores a se informar sobre os possíveis substitutos de seu candidato.

Segundo o cientista político Hermílio Santos, da PUCRS, o modelo atual da suplência é "absolutamente antidemocrático" e "desqualifica" o Senado, além de não ser transparente. Ele acredita que a única possibilidade de mudança é o Executivo encaminhar projeto nos seus primeiros meses de governo, aproveitando o "grande capital político" da eleição.

– É política feita por loteria. E democracia não deveria ser assim, colocar essa incerteza completa de que tipo de personagem comporá o mais alto corpo parlamentar brasileiro. Todos sabem que é ruim, mas é do interesse que assim se mantenha.

Proposta que reduz para um suplente está parada

Após os protestos de junho de 2013, o fim da suplência foi um dos temas do plebiscito de reforma política sugeridos pela presidente Dilma Rousseff (PT). Propostas sobre o tema tramitam no Congresso há mais de uma década, mas foi apenas depois das manifestações que o Senado incluiu uma das ideias entre suas prioridades.

Na época, um dia após derrubar projeto semelhante, gerando repercussão negativa, os senadores voltaram atrás e aprovaram, em julho de 2013, uma proposta de emenda à Constituição que reduz de dois para um o número de suplentes e proíbe a eleição de substituto que seja cônjuge ou parente do candidato. Desde então, PEC 287/13 está parada na Câmara dos Deputados.

Para o cientista político David Fleischer, professor da Universidade de Brasília (UnB), diante da falta de critérios, a suplência serve hoje como "arranjo político" nos Estados e, em alguns casos, também é uma forma de compensar os investimentos dos financiadores de campanha:

– É uma situação esdrúxula, porque, diferentemente da Câmara dos Deputados, você vai ter pessoas ocupando cadeiras que não receberam nenhum voto. Isso fere bastante nossas normas de representação, porque representação quer dizer voto.

Saiba quem são os suplentes dos sete candidatos ao Senado pelo RS

Lasier Martins (PDT)

1° suplente — Christopher Goulart (PDT): neto do ex-presidente João Goulart, nasceu em Londres, na Inglaterra, em 1976, enquanto sua família estava no exílio. É advogado e tem 37 anos. Em 2012, foi candidato a vereador e ficou como suplente pelo PDT. No ano passado, chegou a assumir a cadeira do vereador titular Márcio Bins Ely (PDT), que estava em licença de saúde.

2° suplente — Adilson Silva dos Santos (PEN): é procurador de Justiça aposentado e tem 72 anos. Advogado, trabalhou por 14 anos no Ministério Público do RS e foi presidente da segunda turma do tribunal de Ética e Disciplina da OAB de Porto Alegre por seis anos, até 2012. Atualmente, trabalha na advocacia privada.

Pedro Simon (PMDB)

1° suplente — Antonio Hohlfeldt (PMDB): foi vice-governador durante a gestão de Germano Rigotto e vereador por cinco mandatos. Como jornalista, já atuou em diversos veículos de comunicação e hoje é professor da Faculdade de Comunicação da PUCRS. Hohlfeldt, que tem 65 anos e é natural de Porto Alegre, já foi filiado ao PT e ao PSDB.

2° suplente — Rejane Webster de Carvalho (PPS): é presidente da Câmara de Vereadores de Arroio dos Ratos e está no seu segundo mandato. Tem 58 anos e também é empresária no município. Em 2010, concorreu a deputada federal, mas não foi eleita. Rejane também foi presidente do Hospital Sarmento Leite e atuou no Banco Renner.

Olívio Dutra (PT)

1° suplente — Carlinhos Vargas (PTB): funcionário público municipal em Guaíba, iniciou a carreira política no movimento estudantil. Tem 45 anos e é natural de Canoas. Em 2011, como suplente, assumiu uma cadeira na Assembleia Legislativa, na vaga do deputado Luís Augusto Lara, que foi empossado secretário do Trabalho do governo Tarso Genro.

2° suplente — Patrícia Beck (PTB): é vereadora em Novo Hamburgo, sua cidade natal. Foi filiada ao PSDB por oito anos e, em 2011, ingressou no PTB. A também empresária de 35 anos também trabalhou na Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) e na Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul (Sulgás).

Simone Leite (PP)

1° suplente — Luiz Schenkel (PSDB): aos 54 anos, é vice-presidente do PSDB no Estado e coordenador da bancada tucana na Assembleia Legislativa. Foi prefeito de Picada Café e Nova Petrópolis, reeleito em ambas as cidades. Começou sua vida profissional na indústria calçadista e atuou como líder sindical no segmento.

2° suplente — Waldir Canal (PRB): é vereador de Porto Alegre e está no seu segundo mandato. Advogado, é natural de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, mas reside no Estado há mais de 20 anos. Também já foi vereador de Sapucaia do Sul, por dois mandatos, e candidato a deputado federal nas eleições de 2010.

Ciro Machado (PMN)

1° suplente — Valdemar Riva (PMN): é administrador, tem 57 anos e é natural de Montenegro

2° suplente — Bruno Nascimento (PMN): é corretor, tem 68 anos e nasceu em Porto Alegre

Julio Flores (PSTU)

1° suplente — Abel Moraes (PSTU): tem 52 anos e é natural de Santo Ângelo. Em 2012, concorreu a vice-prefeito de Canoas.

2° suplente — Denior Machado (PSTU): é programador, servidor do Tribunal de Justiça do RS, tem 57 anos e é natural de Sapucaia do Sul.

Rubens Goldenberg (PRP)

1° suplente — José Maria Duarte Peixoto (PRP): é aposentado, tem 69 anos e é natural de Porto Alegre.

2° suplente — Christiane Pereira Medeiros (PRP): é professora de Ensino Fundamental, tem 42 anos e nasceu em Pelotas.

Regras para suplência

Para registrar uma candidatura ao Senado, é preciso cadastrar dois suplentes. Essa exigência está prevista na Constituição Federal.

Como não há critérios para a definição da suplência, muitos suplentes acabam sendo recrutados entre amigos, parentes e financiadores das campanha dos candidatos.

Quando um senador eleito se afasta, renuncia ou é cassado do cargo, o primeiro suplente o substitui. Na impossibilidade deste, o segundo suplente assume a função. A substituição é comum quando o eleito assume cargos de ministro ou governador.

Desde 2010, com uma mudança na legislação eleitoral, os partidos são obrigados a imprimir no material de campanha os nomes dos suplentes junto ao do candidato ao Senado.

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