VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

AS DUAS FACES DO CRESCIMENTO

ZERO HORA 04 de fevereiro de 2014 | N° 17694

ARTIGOS


Victor Hugo Belardinelli*




Vivemos em uma época de submissão a princípios como propaganda, marketing, mídia e correlatos, que, se direcionados à política, nos oferecem conteúdos, habilmente preparados, que podem iludir e conduzir a equívocos. Nesta linha, é conveniente avaliar as propostas de governantes que apostam todas as fichas na ideia de que o crescimento resolve todas as dificuldades, seja em economia, educação, saúde e até na felicidade do povo. Entendemos que esse reducionismo é, apenas, um caminho para atingir objetivos políticos. A ninguém é dado o direito de desconhecer a ambivalência do progresso nas diversas áreas porque, junto às vantagens que se pode obter temos que resolver as ameaças de toda ordem, como crime, servidão, violência, drogas; um rol enorme de sofrimentos. Entendemos que bem-estar pode ser, também, gerador de mal-estar. Se assim não fosse, não viveríamos tanta carência ética, corrupção e os rompimentos dos laços afetivos dentro e fora das famílias.

Devemos dar atenção a um aspecto fundamental nos problemas atuais da humanidade. Refiro-me ao meio ambiente. Vários bilhões de seres já viveram na Terra e outros tantos deverão fazê-lo. A condição básica é a manutenção dos recursos que a água e a terra nos delegam. Constata-se que os viventes, até pouco mais de meio século atrás, foram parcimoniosos na sua utilização. Já os de hoje em dia não o são e, lamentável, esquecem que os elementos só podem servir se puros ou quase.

É um princípio o de que não se pode criar alguma coisa a partir do nada, da mesma forma não se chega ao nada se tivermos alguma coisa. Isto corresponde a afirmar que a produção econômica é obrigada a gastar recursos naturais e, também, a produzir lixo. Nesta interdependência destaca-se o consumo de combustíveis fósseis. Após a queima, eles não desaparecem, gerando aquecimento global, chuva ácida, CO2, além de derrames de petróleo.

Neste contexto, contamos com dois aliados: um, a obra de um brasileiro que já nos deixou, o grande economista Celso Furtado que publicou O Mito do Desenvolvimento Econômico, no qual aclara o esgotamento de recursos e a poluição. O outro, a atuação do organismo internacional Greenpeace, que luta de uma maneira inexcedível em defesa da natureza e na tentativa de barrar o extermínio de espécies animais e vegetais, mostrando os absurdos das políticas de crescimento à custa de bens finitos. Aqui no nosso Estado, é importante destacar o pioneirismo de várias entidades ambientalistas.

A ambição política está abrindo uma nova frente na produção de petróleo, agora a 7 mil metros de profundidade na costa brasileira. É de se esperar que essas associações se façam presentes com seus bem- vindos especialistas.


*DENTISTA, COM ESPECIALIZAÇÃO EM ECOLOGIA HUMANA

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