ZERO HORA 20 de fevereiro de 2014 | N° 17710
INFORME ECONÔMICO | MARIA ISABEL HAMMES
As coincidências se restringiram ao mesmo cenário, sede do Council of the Americas, em Nova York. Mas as visões são bem distintas sobre as perspectivas para o Brasil mais a curto prazo. Enquanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva conclamou estrangeiros a não terem medo de aplicar no Brasil, em evento na semana passada, agora o estrategista americano Ralph Davidson, do Itaú Private Bank International, classificou a situação do país como complicada para investidores do Exterior e chegou a prever grande potencial de que deixem o mercado nacional em busca de outros destinos.
Fica a dúvida: quem está errado em seus vaticínios? Como pode haver visão tão distinta de quem se imagina contar com análises bem fundamentadas para traçar o cenário que nos aguarda? Nem um, nem outro. Certo é que o Brasil não mais desponta no ranking preferencial dos investidores externos, mas, se observada a situação a médio prazo, inclusive com a chegada do novo governo ou manutenção do atual, a perspectiva ainda é boa. Problemas a resolver? Temos dezenas, mas ninguém de boa-fé pode deixar de levar em conta que o imenso potencial dos quase 200 milhões de brasileiros não deve ser deixado de lado. Em hipótese alguma. Se há frustração mais generalizada agora, pode ser vencida, mesmo que demore um pouco mais, com a melhora do cenário internacional, dos instrumentos de combate à inflação e de maior controle da gestão pública.
Por enquanto, parece haver mais um pessimismo generalizado que tem permeado a maioria. Se há razões para esse sentimento, também existem motivos que indicam, não rapidamente, uma tendência de acomodação da carruagem. No momento, o que parece mesmo é um exagero demasiado de analistas de mercado sobre a deterioração e o real grau de exposição das economias dos países em desenvolvimento.
Sim, há quem tenha melhor perspectiva a curto prazo, mas a situação brasileira não perdeu todo o glamour se dermos tempo razoável para a engrenagem voltar a funcionar. O insuspeito presidente de uma das maiores companhias – a Vale –, Murilo Ferreira, por exemplo, foi claro ao falar do Brasil:
– Temos uma visão positiva, longe do viés de desânimo, talvez por estarmos em 30 países e eu viajar alucinadamente por nossas operações.
INFORME ECONÔMICO | MARIA ISABEL HAMMES
As coincidências se restringiram ao mesmo cenário, sede do Council of the Americas, em Nova York. Mas as visões são bem distintas sobre as perspectivas para o Brasil mais a curto prazo. Enquanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva conclamou estrangeiros a não terem medo de aplicar no Brasil, em evento na semana passada, agora o estrategista americano Ralph Davidson, do Itaú Private Bank International, classificou a situação do país como complicada para investidores do Exterior e chegou a prever grande potencial de que deixem o mercado nacional em busca de outros destinos.
Fica a dúvida: quem está errado em seus vaticínios? Como pode haver visão tão distinta de quem se imagina contar com análises bem fundamentadas para traçar o cenário que nos aguarda? Nem um, nem outro. Certo é que o Brasil não mais desponta no ranking preferencial dos investidores externos, mas, se observada a situação a médio prazo, inclusive com a chegada do novo governo ou manutenção do atual, a perspectiva ainda é boa. Problemas a resolver? Temos dezenas, mas ninguém de boa-fé pode deixar de levar em conta que o imenso potencial dos quase 200 milhões de brasileiros não deve ser deixado de lado. Em hipótese alguma. Se há frustração mais generalizada agora, pode ser vencida, mesmo que demore um pouco mais, com a melhora do cenário internacional, dos instrumentos de combate à inflação e de maior controle da gestão pública.
Por enquanto, parece haver mais um pessimismo generalizado que tem permeado a maioria. Se há razões para esse sentimento, também existem motivos que indicam, não rapidamente, uma tendência de acomodação da carruagem. No momento, o que parece mesmo é um exagero demasiado de analistas de mercado sobre a deterioração e o real grau de exposição das economias dos países em desenvolvimento.
Sim, há quem tenha melhor perspectiva a curto prazo, mas a situação brasileira não perdeu todo o glamour se dermos tempo razoável para a engrenagem voltar a funcionar. O insuspeito presidente de uma das maiores companhias – a Vale –, Murilo Ferreira, por exemplo, foi claro ao falar do Brasil:
– Temos uma visão positiva, longe do viés de desânimo, talvez por estarmos em 30 países e eu viajar alucinadamente por nossas operações.
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