ZERO HORA 20 de fevereiro de 2014 | N° 17710
EDITORIAIS
Após duas semanas de negociações, os líderes partidários definiram na última terça-feira o comando das comissões permanentes da Câmara dos Deputados. O PT, partido com maior bancada, negociou com o PTB e assegurou o comando da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDH), que estava sendo pretendida pelo deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), assumidamente contrário a tudo o que a comissão se propõe a defender. O debate em torno do assunto, depois da polêmica passagem do pastor Marco Feliciano (PSC-SP) pela presidência da CDH, deve servir para reabilitar o verdadeiro sentido dos direitos humanos.
Foram as barbáries cometidas na II Guerra Mundial que levaram a Organização das Nações Unidas a proclamar, em 1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos – um conjunto de princípios e valores destinado a promover o respeito universal e as liberdades fundamentais para todos os cidadãos do planeta, sem distinção de raça, sexo, língua, religião, origem nacional ou condição social. Infelizmente, os direitos humanos conti- nuam sendo desrespeitados em todo o mundo, tanto nos países sob regime totalitário quanto nas nações em conflito e até mesmo nas democracias. O Brasil ainda está distante dos ideais humanitários do documento, como se pode observar diariamente na violência urbana, nas desigualdades sociais, nos episódios de discriminação e preconceito, nos presídios superlotados e também nas ironias frequentes dos autodenominados “cidadãos de bem”, que costumam ridicularizar os defensores da igualdade como se somente eles fossem íntegros.
Esse falso messianismo é que comprometeu a Comissão de Direitos Humanos da Câmara no ano passado, com a prevalência do fundamentalismo religioso sobre a luta pela igualdade e contra a discriminação. Agora, ao evitar que um parlamentar ultraconservador assuma o comando da comissão, as lideranças partidárias ficam no dever de cuidar para que ela efetivamente cumpra o seu papel de legislar em favor da dignidade, da segurança e do bem-estar de todos os brasileiros. Deixar de tratar direitos humanos como deboche já terá sido um passo importante.
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Após duas semanas de negociações, os líderes partidários definiram na última terça-feira o comando das comissões permanentes da Câmara dos Deputados. O PT, partido com maior bancada, negociou com o PTB e assegurou o comando da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDH), que estava sendo pretendida pelo deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), assumidamente contrário a tudo o que a comissão se propõe a defender. O debate em torno do assunto, depois da polêmica passagem do pastor Marco Feliciano (PSC-SP) pela presidência da CDH, deve servir para reabilitar o verdadeiro sentido dos direitos humanos.
Foram as barbáries cometidas na II Guerra Mundial que levaram a Organização das Nações Unidas a proclamar, em 1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos – um conjunto de princípios e valores destinado a promover o respeito universal e as liberdades fundamentais para todos os cidadãos do planeta, sem distinção de raça, sexo, língua, religião, origem nacional ou condição social. Infelizmente, os direitos humanos conti- nuam sendo desrespeitados em todo o mundo, tanto nos países sob regime totalitário quanto nas nações em conflito e até mesmo nas democracias. O Brasil ainda está distante dos ideais humanitários do documento, como se pode observar diariamente na violência urbana, nas desigualdades sociais, nos episódios de discriminação e preconceito, nos presídios superlotados e também nas ironias frequentes dos autodenominados “cidadãos de bem”, que costumam ridicularizar os defensores da igualdade como se somente eles fossem íntegros.
Esse falso messianismo é que comprometeu a Comissão de Direitos Humanos da Câmara no ano passado, com a prevalência do fundamentalismo religioso sobre a luta pela igualdade e contra a discriminação. Agora, ao evitar que um parlamentar ultraconservador assuma o comando da comissão, as lideranças partidárias ficam no dever de cuidar para que ela efetivamente cumpra o seu papel de legislar em favor da dignidade, da segurança e do bem-estar de todos os brasileiros. Deixar de tratar direitos humanos como deboche já terá sido um passo importante.
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