ALEX CRUZ
Se vê nas ruas, nas redes sociais, em mesas de bares e barbearias, que as instituições estão num crescente descrédito, mas a indignação não é contra a política em sí. É contra quem a protagoniza, isto é, suas organizações e suas práticas. A perda da confiança aumentou o interesse pela política e na participação em mobilizações e plataformas sociais. Política sim, mas de outra maneira.
A resistência dos próprios partidos em reconhecer essa deterioração e ter um determinado comportamento é a melhor consequência dessa má avaliação diante da população. Mas, a que se deve esse desencontro? À falta de empatia com o cidadão, principalmente na desigualdade social e má prestação dos serviços, onde a pobreza é uma variável da estatística, e à sensação de que a classe política vive num mundo à parte, que permite burlar as leis e as regras que os demais são obrigados a cumprir; muitos privilégios (é difícil acreditar que todos somos iguais perante a lei), muita corrupção, a passividade é muito acentuada diante dela, muito patriotismo de partido (os corruptos se dividem entre nós e os outros), horas perdidas de debate no Parlamento em vez de enfrentar os problemas. Excessiva promiscuidade com o dinheiro, muitas fotos de políticos rodeados de banqueiros e empresários. Para quem governam? Ineficiência dos partidos para garantir suas tarefas principais como a representação política e a seleção de pessoas adequadas para o exercício do cargo. Incapacidade para dar sentido à política e em não apresentar projetos que permitam uma perspectiva de futuro e de cidadania.
Em resumo: o cidadão não sente que faz parte dos processos de decisão. Falamos de democracia, mas estamos em uma aristocracia, em mãos de uma elite com pouco estilo. Que quer o cidadão? Que a política esteja àserviço do povo e não de poucos,que se discuta abertamente as prioridades . E isso para a cidadania tem um nome: a crise no sistema político!
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