A Sociedade organizada têm por dever exigir dos Poderes de Estado o foco da finalidade pública e a observância do interesse público na defesa dos direitos básicos e da qualidade da vida da população na construção de uma sociedade livre, justa e democrática. Para tanto, é necessário aprimorar as leis, cumprir os princípios administrativos, republicanos e democráticos, zelar pelas riquezas do país, garantir a ordem pública, fortalecer a justiça e consolidar a Paz Social no Brasil.
VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.
domingo, 13 de março de 2011
O ETERNO CARNAVAL
FLAVIO TAVARES, JORNALISTA E ESCRITOR - ZERO HORA 13/03/2011
Dizem que, no Brasil, o ano só começa depois do Carnaval, com o que (em março) recém iniciamos o mês de janeiro. O Carnaval continua, porém, e nem o “enterro dos ossos” termina com a festança das fantasias rolando no salão aos olhos da multidão. Ou o comportamento do novo Congresso em Brasília não é perene Carnaval?
A nova Câmara dos Deputados (presidida pelo canoense Marco Maia) decidiu levar adiante a tão reclamada reforma política e formou uma “comissão especial” para elaborar as grandes teses a implantar. O membro mais notório é o paulista Paulo Maluf, que dispensa apresentações. Outro é o ex-governador de Minas, Newton Cardoso, o “Newtão”. Pequeno comerciante do interior, enriqueceu na atividade política e seu patrimônio pessoal vai a quase R$ 3 bilhões, hoje: 145 fazendas (no total, 185 mil hectares), dois poços de petróleo, uma siderurgia, um hotel em Paris, 150 carros “de uso pessoal” e outros penduricalhos.
O terceiro vértice do triângulo era a deputada Jacqueline Roriz, filha do também notório ex-governador de Brasília, Joaquim Roriz. Em pleno Carnaval, a TV mostrou-a recebendo pacotes de dinheiro de um secretário do governo do Distrito Federal e ela renunciou à sacrificada missão de reformar a política. Seu partido, o PMN, classificou-a de “ingênua”: não criticou o ato em si, mas a ingenuidade de não perceber a filmagem...
Jacqueline foi substituída pelo deputado Fábio Faria, do Rio Grande do Norte, implicado na “farra das passagens aéreas” em 2009, da qual se salvou porque o presidente da Câmara, Michel Temer (hoje vice de Dilma), mandou arquivar o processo. Mais do que mudar a política, Faria parece querer reformar o transporte aéreo: desde 2006, responde a processo no STF por usar aviões do governo na campanha eleitoral.
Esses reformadores políticos, porém, não estão sós. O palhaço Tiririca, alfabetizado às pressas depois de eleito, integra a Comissão de Educação da Câmara Federal. O deputado mais votado do Brasil lê com dificuldade e quase nada escreve além do nome, mas anunciou ter “muitas ideias para a educação”. Qualquer dia, deixa o Parlamento e vira ministro da Educação!
A Comissão de Constituição e Justiça, filtro de tudo o que entra ao Parlamento, será presidida pelo deputado João Paulo Cunha, do PT paulista, que responde a processo por corrupção no STF. Pode alguém nessa situação presidir a comissão fundamental do Congresso? A pergunta é tão óbvia que até Tiririca acerta a resposta!
Esse Carnaval ridiculariza o Parlamento e o transforma numa casa perigosamente tola. Sim, pois seus erros e extravagâncias são equívocos que viram lei e nos regem a vida.
O que dizer, por exemplo, quando as comissões de Meio Ambiente do Congresso são ocupadas por parlamentares totalmente alheios à preservação florestal e que consideram o desmatamento um “benefício”, não um perigo? Ou que insistem em que é “uma balela” preservar as águas de rios e lagos? Nos anos 1970, o coronel Costa Cavalcanti, ministro de Minas e Energia da ditadura Médici, escandalizou a conferência de Meio Ambiente de Estocolmo com uma frase: “Bendita poluição, queremos importar poluição!”.
Em pleno século 21, quando a ciência (não a política) desvenda a verdade sobre as perigosas mudanças climáticas, estaremos de volta à ignorância de 40 anos atrás?
Ou o Congresso (ou até Brasília inteira) só pensa mesmo em Carnaval?
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