CLAUDIO BRITO, JORNALISTA - 21/03/2011
Pobres pardais, sufocados e trucidados por grandes aves de rapina. Aves? Gente que come carniça, estraçalha, arrebenta e nos assalta. Não há mais limites para a cupidez e a ganância daqueles que confundem o público e o privado e se adonam do que é nosso. São escabrosos os detalhes que as investigações até agora conhecidas escancaram. Tem uma grande quadrilha, ou várias turmas de larápios enfiadas em várias instâncias do poder estatal. Estão a serviço da falcatrua e da roubalheira. Passa ano, muda governo, e esse pessoal está sempre na melhor posição para realização de suas aventuras e seus saques.
Empresas que desenham editais e decidem licitações, servidores e políticos que se corrompem, e a dança continua. Inaceitável que uma cidade arrecade milhões de reais em multas de trânsito e nenhum centavo reste para seus cofres. Tudo vai para a empresa prestadora do serviço de controle e autuação, numa fétida relação resultante da entrega absurda de parcelas de poderes indelegáveis do Estado.
Promiscuidade, cumplicidade, associação para o crime. É do que se trata. Do que já se conhece dos fatos decorre a suspensão de contratos e novas licitações como primeira consequência. Se é bom que tudo seja apurado e se encaminhem punições e tentativas de ressarcimentos, muito ruim é ficarmos por largos meses sem o funcionamento de radares, lombadas eletrônicas e pardais. Vai ser uma zoeira geral de impunidade nas rodovias.
O modelo adotado está errado. Que empresas privadas forneçam equipamentos, tudo bem. Que explorem o serviço e façam de órgãos públicos suas estruturas de trabalho é demais. Escritórios de negociatas e favorecimentos, agências de arrecadação e patrocínio de campanhas eleitorais, eis algumas das atividades da corja. O Estado não é mais do povo, é de grupelhos de assaltantes.
Que venha logo uma CPI para abrir todos os baús onde se escondem as provas da atuação das súcias que farejam todas as oportunidades e se adiantam a qualquer boa intenção. Que se demonstre como fazem os editais encomendados. Que se avance ao centro nervoso do crime organizado e suas ramificações. É insuportável que se conviva com esses bandidos. Tomara que o Mutirão Carcerário abra algumas vagas em nossas cadeias. Tem gente na fila para recolher-se ao cárcere.
Quem paga pedágio, imposto de propriedade de veículo, seguro obrigatório, taxas abusivas para habilitar-se como motorista e ainda as multas que merecer, tem direito a ver encerrado o baile dos ladrões. Transparência na apuração da verdade, agilidade e resposta conjunta de todas as instituições que possam encaminhar e determinar punições são os direitos que temos a reclamar. Façamos isso, logo.
A Sociedade organizada têm por dever exigir dos Poderes de Estado o foco da finalidade pública e a observância do interesse público na defesa dos direitos básicos e da qualidade da vida da população na construção de uma sociedade livre, justa e democrática. Para tanto, é necessário aprimorar as leis, cumprir os princípios administrativos, republicanos e democráticos, zelar pelas riquezas do país, garantir a ordem pública, fortalecer a justiça e consolidar a Paz Social no Brasil.
VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.
Nenhum comentário:
Postar um comentário