REVISTA ISTO É N° Edição: 2353 | 26.Dez.14 - 19:00 | Atualizado em 28.Dez.14 - 10:10
Estimulados pelo apoio popular recebido durante a disputa presidencial, os oposicionistas liderados por Aécio Neves prometem inaugurar no Congresso uma era de vigilância e fiscalização permanente ao governo
Ludmilla Amaral
Desde 2003, quando o PT chegou ao Palácio do Planalto, o País não tinha uma oposição tão combativa. Com o apoio de mais de 51 milhões de brasileiros, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) retornou ao Congresso como o principal líder dos que se opõem ao governo de Dilma Rousseff. O tucano demonstrou sua capacidade de aglutinação ao ser recebido no Parlamento, no dia 4 de novembro, como uma celebridade. Apesar da derrota nas urnas, foi aclamado como “presidente” por militantes tucanos e parlamentares da oposição – cerca de 350 pessoas ao total –, que também cantaram o “Hino Nacional” em homenagem ao ex-candidato à Presidência da República. Esse novo cenário se refletiu nas ruas. A presidente Dilma Rousseff mal fora reeleita na eleição mais disputada desde a redemocratização e cerca de mil pessoas, de acordo com a Polícia Militar, já tomavam a avenida Paulista em manifestação contra o governo. As novas revelações e denúncias sobre o escândalo na Petrobras mobilizaram ainda mais os oposicionistas, que até este ano pareciam inertes. “A grande mudança foi a conscientização da população dos desmandos do atual governo, de sua ineficiência administrativa e dos casos constantes de corrupção”, afirmou Aécio em entrevista à ISTOÉ.
Logo nas primeiras votações no Congresso, após término da corrida eleitoral, o governo percebeu que não terá vida fácil nos próximos quatro anos.
INFANTARIA REFORÇADA
Em 2015, o senador eleito Ronaldo Caiado (DEM-GO) se juntará a
Aécio Neves na oposição ao governo no Senado
A primeira derrota do Planalto aconteceu dois dias depois da presidente Dilma ser reeleita. No dia 28 de outubro, a Câmara derrubou o decreto presidencial que estabelecia a consulta a conselhos populares por órgãos do governo antes de decisões sobre implementação de políticas públicas. Não demorou muito para a oposição voltar a mostrar sua força durante o envio aos parlamentares da famosa manobra fiscal destinada a conferir ares de legalidade ao descumprimento do superávit primário. As dificuldades que o governo federal enfrentou no no final de 2014 foram apenas uma demonstração do que está por vir. Em 2015, se juntarão a Aécio no Congresso parlamentares que não darão vida fácil a Dilma, como José Serra (PSDB-SP) e Ronaldo Caiado (DEM-GO). Em pauta, a instalação de uma nova CPMI para investigar os desvios na Petrobras e o possível envolvimento do PT e do governo no escândalo. A oposição ficará de olho ainda nos nomes dos políticos da base governista envolvidos no escândalo da Petrobras para que sejam punidos e cassados. “O Congresso não vai se furtar de fazer as devidas penalizações”, afirma o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA). Outro tema que merecerá atenção dos parlamentares oposicionistas é a influência do governo Dilma na indicação de ministros ao Supremo Tribunal Federal. Dilma poderá indicar mais dois nomes para o STF no ano que vem. Como se vê, os tempos para a oposição são outros.
“Refletiremos a voz das ruas”
Líder da oposição mais aguerrida desde 2003, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) falou à ISTOÉ sobre os planos para 2015:
ISTOÉ – Desde 2003, quando alcançou o Planalto, o PT não se deparava com uma oposição tão combativa como a que encontrou após as eleições. O que mudou?
Aécio – A grande mudança foi a conscientização da população dos desmandos do atual governo, de sua ineficiência administrativa e dos casos constantes de corrupção. A sociedade acordou e foi para as ruas cobrar de seus governantes. A votação que a oposição teve foi um reflexo dessa insatisfação. No próximo mandato, a oposição não ficará restrita aos gabinetes. Nós refletiremos a voz das ruas.
ISTOÉ – Quais serão os grandes desafios da oposição em 2015? O que está na agenda?
Aécio – A oposição cumprirá com rigor e determinação o papel que lhe foi conferido por 51 milhões de eleitores: fiscalizar diariamente, com rigor e seriedade, todos os atos do governo de Dilma Rousseff. Estaremos vigilantes a qualquer tentativa de restringir a democracia, a qualquer tipo de desmando e de medida injustificável na economia.
ISTOÉ – Como a oposição lidará com os processos de cassação dos políticos envolvidos no escândalo da Petrobras?
Aécio – Se houver comprovação de participação, defenderemos as punições a todos, sem levar em consideração a filiação partidária.
Fotos: George Gianni; Adriano Machado/Ag.Istoé
Estimulados pelo apoio popular recebido durante a disputa presidencial, os oposicionistas liderados por Aécio Neves prometem inaugurar no Congresso uma era de vigilância e fiscalização permanente ao governo
Ludmilla Amaral
Desde 2003, quando o PT chegou ao Palácio do Planalto, o País não tinha uma oposição tão combativa. Com o apoio de mais de 51 milhões de brasileiros, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) retornou ao Congresso como o principal líder dos que se opõem ao governo de Dilma Rousseff. O tucano demonstrou sua capacidade de aglutinação ao ser recebido no Parlamento, no dia 4 de novembro, como uma celebridade. Apesar da derrota nas urnas, foi aclamado como “presidente” por militantes tucanos e parlamentares da oposição – cerca de 350 pessoas ao total –, que também cantaram o “Hino Nacional” em homenagem ao ex-candidato à Presidência da República. Esse novo cenário se refletiu nas ruas. A presidente Dilma Rousseff mal fora reeleita na eleição mais disputada desde a redemocratização e cerca de mil pessoas, de acordo com a Polícia Militar, já tomavam a avenida Paulista em manifestação contra o governo. As novas revelações e denúncias sobre o escândalo na Petrobras mobilizaram ainda mais os oposicionistas, que até este ano pareciam inertes. “A grande mudança foi a conscientização da população dos desmandos do atual governo, de sua ineficiência administrativa e dos casos constantes de corrupção”, afirmou Aécio em entrevista à ISTOÉ.
Logo nas primeiras votações no Congresso, após término da corrida eleitoral, o governo percebeu que não terá vida fácil nos próximos quatro anos.
INFANTARIA REFORÇADA
Em 2015, o senador eleito Ronaldo Caiado (DEM-GO) se juntará a
Aécio Neves na oposição ao governo no Senado
A primeira derrota do Planalto aconteceu dois dias depois da presidente Dilma ser reeleita. No dia 28 de outubro, a Câmara derrubou o decreto presidencial que estabelecia a consulta a conselhos populares por órgãos do governo antes de decisões sobre implementação de políticas públicas. Não demorou muito para a oposição voltar a mostrar sua força durante o envio aos parlamentares da famosa manobra fiscal destinada a conferir ares de legalidade ao descumprimento do superávit primário. As dificuldades que o governo federal enfrentou no no final de 2014 foram apenas uma demonstração do que está por vir. Em 2015, se juntarão a Aécio no Congresso parlamentares que não darão vida fácil a Dilma, como José Serra (PSDB-SP) e Ronaldo Caiado (DEM-GO). Em pauta, a instalação de uma nova CPMI para investigar os desvios na Petrobras e o possível envolvimento do PT e do governo no escândalo. A oposição ficará de olho ainda nos nomes dos políticos da base governista envolvidos no escândalo da Petrobras para que sejam punidos e cassados. “O Congresso não vai se furtar de fazer as devidas penalizações”, afirma o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA). Outro tema que merecerá atenção dos parlamentares oposicionistas é a influência do governo Dilma na indicação de ministros ao Supremo Tribunal Federal. Dilma poderá indicar mais dois nomes para o STF no ano que vem. Como se vê, os tempos para a oposição são outros.
“Refletiremos a voz das ruas”
Líder da oposição mais aguerrida desde 2003, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) falou à ISTOÉ sobre os planos para 2015:
ISTOÉ – Desde 2003, quando alcançou o Planalto, o PT não se deparava com uma oposição tão combativa como a que encontrou após as eleições. O que mudou?
Aécio – A grande mudança foi a conscientização da população dos desmandos do atual governo, de sua ineficiência administrativa e dos casos constantes de corrupção. A sociedade acordou e foi para as ruas cobrar de seus governantes. A votação que a oposição teve foi um reflexo dessa insatisfação. No próximo mandato, a oposição não ficará restrita aos gabinetes. Nós refletiremos a voz das ruas.
ISTOÉ – Quais serão os grandes desafios da oposição em 2015? O que está na agenda?
Aécio – A oposição cumprirá com rigor e determinação o papel que lhe foi conferido por 51 milhões de eleitores: fiscalizar diariamente, com rigor e seriedade, todos os atos do governo de Dilma Rousseff. Estaremos vigilantes a qualquer tentativa de restringir a democracia, a qualquer tipo de desmando e de medida injustificável na economia.
ISTOÉ – Como a oposição lidará com os processos de cassação dos políticos envolvidos no escândalo da Petrobras?
Aécio – Se houver comprovação de participação, defenderemos as punições a todos, sem levar em consideração a filiação partidária.
Fotos: George Gianni; Adriano Machado/Ag.Istoé
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