ZERO HORA 19/12/2014 | 04h06
Rosane de Oliveira
Colunista é a titular da Política+
Com a aprovação dos aumentos para deputados estaduais, que passam de R$ 20 mil para R$ 25,3 mil, governador (de R$ 17,3 mil paraR$ 25,3 mil), vice e secretários estaduais (de R$ 11,5 para R$ 19 mil), José Ivo Sartori ficou sem discurso para exigir sacrifícios de quem está no andar de baixo da pirâmide salarial.
Um mau começo para quem terá de administrar um Estado falido. Sartori pode dizer que não tem nada com isso, que ainda não é governador, mas a desculpa não cola. Quando foi para impedir a aprovação do novo plano de carreira do Daer, a base do futuro governo se mobilizou. Ontem, votou alegre e contente em defesa dos aumentos.
O futuro secretário da Fazenda, deputado Giovani Feltes, e a mulher do governador, Maria Helena Sartori, não participaram da sessão, mas também não moveram uma palha para evitar os reajustes. O próprio Sartori, ao chegar para a solenidade de diplomação, ontem à tarde, disse que não vê o projeto como reajuste nem como aumento. Que “é para todos os quatro anos e vai se decompondo com o tempo”.
Difícil será convencer os professores, os policiais e os servidores em geral de que o baixo salário deles não irá se decompor com o tempo, se forem confirmadas as previsões de congelamento por um ou dois anos. Faltou, de parte de Sartori, uma palavra mais convincente ou um gesto simbólico para mostrar que o discurso da crise das finanças não é só retórica.
Em São Paulo, o Estado mais rico do país, a Assembleia também aprovou reajuste ontem: o subsídio do governador Geraldo Alckmin (PSDB) teve correção de 4,7% e passou para R$ 21.613,05. Os secretários de São Paulo passarão a ganhar R$ 19,4 mil. No Rio Grande do Sul, o baile dos aumentos segue na próxima segunda-feira, quando serão votados os projetos do Tribunal de Justiça e do Ministério Público.
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