ZERO HORA 23/12/2014 | 03h52
"Não podemos descartar totalmente", diz Sartori sobre aumento de impostos em entrevista na TVCOM. Governador eleito do Rio Grande do Sul foi entrevistado por nove jornalistas ao vivo na noite desta segunda-feira
Foto: Reprodução / TVCOM
Em edição especial do programa Conversas Cruzadas, da TVCOM, na noite desta segunda-feira, nove jornalistas do Grupo RBS entrevistaram o governador eleito do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori. Em pauta, os últimos detalhes da formação do governo, os projetos imediatos e as estratégias para proporcionar crescimento a um Estado em dificuldades financeiras.
Com apresentação de Cláudio Brito, durante quase uma hora e meia, a sabatina teve participação da editora de Política de Zero Hora, Rosane de Oliveira, dos repórteres de ZH Letícia Duarte, Paulo Germano e Gisele Loeblein, os repórteres da RBSTV Cristine Gallisa, Ivani Schutz e André Azeredo, e a repórter e apresentadora Kelly Matos, da Rádio Gaúcha.
O assunto que dominou a entrevista, assim como já havia sido durante a campanha eleitoral, foi a dificuldade financeira enfrentada pelo RS. Abrindo as perguntas, Rosane de Oliveira questionou o governador sobre como pretende administrar o Estado, que deve encerrar o ano com um déficit de mais de R$ 5 bilhões e sendo que as fontes de financiamento estão esgotadas.
— Desde o começo sabíamos que ia ser assim. Esperamos que tenhamos um bom tempo e que possamos ter uma boa produção agrária, dando estabilidade à arrecadação — iniciou Sartori, que completou:
— Vamos equilibrar as finanças e cuidar das despesas.
Durante o programa, Kelly Mattos também perguntou o que o eleito pretende manter a palavra do seu secretário de não aumentar impostos.
— Só se a sociedade pedir. Já que nunca se viu isso acontecer, não haverá aumento. Mas não podemos descartar totalmente — respondeu o ex-prefeito de Caxias do Sul
Na mesma linha, Letícia Duarte questionou o entrevistado sobre o fato de sua própria base aliada ter participado da aprovação do projeto que aumenta os salários de secretários, do vice-governador e dele próprio.
Sartori respondeu que o reajuste faz parte da recomposição salarial e que está dentro do que prevê a legislação, e depois tirou o peso da decisão das costas:
— Eu não sou o governador ainda. A partir da tarde do dia 1º de janeiro poderia tomar atitudes necessárias.
Outro assunto constantemente abordado durante a campanha, o piso dos professores voltou à tona. Cristine Gallisa quis saber se Sartori pretende colocar em prática a medida.
— Dou graças a Deus que não prometi nada a ninguém nem durante a campanha, embora tenha sido até criticado por isso. Vamos buscar o diálogo e a negociação, mas se ninguém abrir mãos de nada, não vamos chegar a lugar nenhum — respondeu ele.
Paulo Germano quis saber de que tipo de coisa o governador eleito pretende abrir mão. Sartori, então, se referiu a não fazer um novo plano de carreira para o magistério, mas investir na qualificação dos professores.
Foram feitas questões sobre como seria a gestão da Brigada Militar, quem deve ser o secretário de Turismo e Lazer, sobre a agilização ou não dos licenciamentos ambientais e o fechamento de possíveis órgãos públicos, entre outras. As respostas não foram afirmativas nem negativas e Sartori disse que tudo ainda estava sendo estudado.
— O que dá para fazer com os recursos que tem ou até não tem? — perguntou Paulo Germano.
— Tem que ter muita criatividade e o pouco que tem, gastar bem e nas áreas que mais precisam. Resumindo: economizar, fazer uma boa avaliação, formar uma equipe de governo que seja integrada e que possa multiplicar aquilo que tem.
— Consegue dar um exemplo? — interpelou o repórter.
— Programas sociais que estão por aí e que não custam muito devem ter continuidade. Controlar o cofre, cuidar das coisas, trabalhar todo mundo junto — resumiu Sartori.
Houve mais perguntas sobre educação, controle de gastos, sobre a formação do secretariado e inclusão de outros partidos, como o PTB, e de mais mulheres. Outro tema abordado foi o fato de o governador ter sugerido a redução do número de secretarias, mas que a decisão não foi acompanhada da diminuição de cargos em comissão (CCs). A jornalista Letícia Duarte questionou de onde deve vir a economia de gastos. De onde vai vir a economia de gastos, questionou Letícia Duarte.
— Vamos ter as medidas, você aguarde. Vai chegar o momento — limitou-se a responder o futuro governador.
Na sabatina, também teve espaço para perguntas mais amenas. André Azeredo perguntou qual a principal qualidade e o defeito que Sartori mudaria em si mesmo.
— Acho que tenho muitos defeitos, qualidade deixo para os outros dizerem — começou a responder o eleito, mas foi incentivado a falar mais:
— Defeito é ser bronqueiro, exigente demais. Qualidade não sei... Acho que sou um pouco agregador. Não sei trabalhar sozinho. A única coisa que decidi sozinho é não trabalhar sozinho.
* Zero Hora
"Não podemos descartar totalmente", diz Sartori sobre aumento de impostos em entrevista na TVCOM. Governador eleito do Rio Grande do Sul foi entrevistado por nove jornalistas ao vivo na noite desta segunda-feira
Foto: Reprodução / TVCOM
Em edição especial do programa Conversas Cruzadas, da TVCOM, na noite desta segunda-feira, nove jornalistas do Grupo RBS entrevistaram o governador eleito do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori. Em pauta, os últimos detalhes da formação do governo, os projetos imediatos e as estratégias para proporcionar crescimento a um Estado em dificuldades financeiras.
Com apresentação de Cláudio Brito, durante quase uma hora e meia, a sabatina teve participação da editora de Política de Zero Hora, Rosane de Oliveira, dos repórteres de ZH Letícia Duarte, Paulo Germano e Gisele Loeblein, os repórteres da RBSTV Cristine Gallisa, Ivani Schutz e André Azeredo, e a repórter e apresentadora Kelly Matos, da Rádio Gaúcha.
O assunto que dominou a entrevista, assim como já havia sido durante a campanha eleitoral, foi a dificuldade financeira enfrentada pelo RS. Abrindo as perguntas, Rosane de Oliveira questionou o governador sobre como pretende administrar o Estado, que deve encerrar o ano com um déficit de mais de R$ 5 bilhões e sendo que as fontes de financiamento estão esgotadas.
— Desde o começo sabíamos que ia ser assim. Esperamos que tenhamos um bom tempo e que possamos ter uma boa produção agrária, dando estabilidade à arrecadação — iniciou Sartori, que completou:
— Vamos equilibrar as finanças e cuidar das despesas.
Durante o programa, Kelly Mattos também perguntou o que o eleito pretende manter a palavra do seu secretário de não aumentar impostos.
— Só se a sociedade pedir. Já que nunca se viu isso acontecer, não haverá aumento. Mas não podemos descartar totalmente — respondeu o ex-prefeito de Caxias do Sul
Na mesma linha, Letícia Duarte questionou o entrevistado sobre o fato de sua própria base aliada ter participado da aprovação do projeto que aumenta os salários de secretários, do vice-governador e dele próprio.
Sartori respondeu que o reajuste faz parte da recomposição salarial e que está dentro do que prevê a legislação, e depois tirou o peso da decisão das costas:
— Eu não sou o governador ainda. A partir da tarde do dia 1º de janeiro poderia tomar atitudes necessárias.
Outro assunto constantemente abordado durante a campanha, o piso dos professores voltou à tona. Cristine Gallisa quis saber se Sartori pretende colocar em prática a medida.
— Dou graças a Deus que não prometi nada a ninguém nem durante a campanha, embora tenha sido até criticado por isso. Vamos buscar o diálogo e a negociação, mas se ninguém abrir mãos de nada, não vamos chegar a lugar nenhum — respondeu ele.
Paulo Germano quis saber de que tipo de coisa o governador eleito pretende abrir mão. Sartori, então, se referiu a não fazer um novo plano de carreira para o magistério, mas investir na qualificação dos professores.
Foram feitas questões sobre como seria a gestão da Brigada Militar, quem deve ser o secretário de Turismo e Lazer, sobre a agilização ou não dos licenciamentos ambientais e o fechamento de possíveis órgãos públicos, entre outras. As respostas não foram afirmativas nem negativas e Sartori disse que tudo ainda estava sendo estudado.
— O que dá para fazer com os recursos que tem ou até não tem? — perguntou Paulo Germano.
— Tem que ter muita criatividade e o pouco que tem, gastar bem e nas áreas que mais precisam. Resumindo: economizar, fazer uma boa avaliação, formar uma equipe de governo que seja integrada e que possa multiplicar aquilo que tem.
— Consegue dar um exemplo? — interpelou o repórter.
— Programas sociais que estão por aí e que não custam muito devem ter continuidade. Controlar o cofre, cuidar das coisas, trabalhar todo mundo junto — resumiu Sartori.
Houve mais perguntas sobre educação, controle de gastos, sobre a formação do secretariado e inclusão de outros partidos, como o PTB, e de mais mulheres. Outro tema abordado foi o fato de o governador ter sugerido a redução do número de secretarias, mas que a decisão não foi acompanhada da diminuição de cargos em comissão (CCs). A jornalista Letícia Duarte questionou de onde deve vir a economia de gastos. De onde vai vir a economia de gastos, questionou Letícia Duarte.
— Vamos ter as medidas, você aguarde. Vai chegar o momento — limitou-se a responder o futuro governador.
Na sabatina, também teve espaço para perguntas mais amenas. André Azeredo perguntou qual a principal qualidade e o defeito que Sartori mudaria em si mesmo.
— Acho que tenho muitos defeitos, qualidade deixo para os outros dizerem — começou a responder o eleito, mas foi incentivado a falar mais:
— Defeito é ser bronqueiro, exigente demais. Qualidade não sei... Acho que sou um pouco agregador. Não sei trabalhar sozinho. A única coisa que decidi sozinho é não trabalhar sozinho.
* Zero Hora
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