ZH 12 de dezembro de 2014 | N° 18011
Funcionário da Petrobras foi à PF para denunciar “má gestão”
EM DEPOIMENTO SIGILOSO, informante apontou em abril que os gestores tinham objetivo de desviar dinheiro sem levantar suspeita em auditoriasUm mês após ser deflagrada a Operação LavaJato, no início do ano, um funcionário de carreira com 30 anos de serviços prestados à Petrobras procurou os delegados da Polícia Federal (PF) para denunciar indícios de crimes e “má gestão proposital” na estatal “com o objetivo de desviar dinheiro sem levantar suspeita em auditorias e fiscalizações”.
Além de citar fraudes na compra da refinaria de Pasadena (EUA), apontou o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, como “padrinho” de um dos envolvidos e citou a atual presidente, Graça Foster, como responsável pela indicação de outros dois gerentes da área de negócios internacionais supostamente responsáveis por uma transação na Nigéria de venda de ativos que teria gerado prejuízos aos cofres públicos.
Durante quatro horas, em um depoimento sigiloso em abril, o informante, que não terá seu nome revelado nas investigações, falou de seis supostos crimes, em especial, a compra de Pasadena.
Segundo ele, o operador do PMDB, Fernando Antonio Falcão Soares, o Fernando Baiano, teve participação na movimentação de recursos decorrentes da transação de Pasadena, que teria sido propositalmente sobrevalorizada.
Para provar o que dizia, em um pedaço de papel, o funcionário rabiscou um croqui do esquema de Fernando Baiano para movimentar o dinheiro da propina. O informante disse ainda que o mesmo esquema usado em Pasadena foi repetido em outro negócio internacional, no Uruguai.
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