VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

A BATALHA FEDERATIVA






ZERO HORA 30 de outubro de 2014 | N° 17968


MIGUEL TEDESCO WEDY



Há quatro anos, após a eleição de Dilma Rousseff, escrevi um artigo em ZH, denominado “A casa dividida”. Era uma alusão ao discurso de Abraham Lincoln, acerca da divisão dos Estados Unidos da América, entre o Sul arcaico e o Norte rico, industrializado e próspero. No caso do Brasil, era o contrário, pois a vitória da candidata do PT se dera especialmente nos locais menos desenvolvidos e propensos aos manejos eleitoreiros de políticas populistas, o que conflitava com os resultados nos Estados mais desenvolvidos, prósperos e socialmente justos. Passados quatro anos, vê-se que a “casa” se dividiu ainda mais. A sua estabilidade está, na verdade, por um fio.

A barreira que separa o Brasil mais progressista e desenvolvido do Brasil mais atrasado, econômica, social e politicamente, aumentou. Aproxima-se, pois, o que poderá ser uma crise federativa sem precedentes.

Oxalá seja uma oportunidade que traga soluções, especialmente para o Rio Grande do Sul, liderado pelo governador eleito, pois só pela pressão política e da sociedade civil o Congresso Nacional aceitará avançar com reformas políticas e tributárias que enfrentem o balcão de negócios dos partidos políticos, o financiamento de campanhas eleitorais, a sub-representação eleitoral e congressual dos Estados do Sul e Sudeste, a aniquilação tributária de Estados e municípios por parte da União Federal, e, especialmente, a fundamental, insubstituível e impostergável renegociação completa da dívida estadual.

Urge, pois, que o Rio Grande não se apequene nessa autêntica e democrática batalha federativa, que reconstrua a justiça na repartição dos recursos federais e na representação parlamentar. Caberá, pois, à presidente Dilma, um papel extraordinário, de saber fazer a devida leitura do contexto atual, a fim de agregar as forças políticas em busca das reformas de que o país precisa. Deverá, pois, construir pontes rumo aos setores que representam a metade do eleitorado e que deram um duro sinal ao governo. Do contrário, dificilmente o seu governo terá êxito e poderá sofrer a mais dura, implacável e avassaladora oposição que o país já teve.




Advogado e professor da Unisinos

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