JORNAL DO COMERCIO 22/10/2014
Luiz Eduardo Garcia da Silva
A campanha eleitoral que finda ainda nesta semana é digna de algumas reflexões por parte daqueles que se interessam pelos futuros rumos do País. Tanto os programas eleitorais veiculados em rádio e televisão, quanto os debates entre os candidatos transmitidos para todo o País foram permeados de acusações, denúncias e insultos. O principal mote de ambas as campanhas foi a defesa indelével da moralidade e da anticorrupção que, aliás, foram elevadas à centralidade das discussões em todos os níveis possíveis: desde o nível macro – os candidatos se digladiando em rede nacional, até o nível micro – as discussões nas redes sociais e mídias eletrônicas. Não se questiona a importância de tal tema durante as campanhas eleitorais, porém as reflexões do cenário político, econômico e social não podem ser monopolizadas por um assunto específico.
O debate político ficou relegado àqueles que detêm o “conhecimento técnico” de temas como: economia, saúde e educação. No entanto, pouco se avançou além da assinatura de manifestos em apoio ao candidato “A” ou “B”. A exceção foi o debate entre o atual ministro da Fazenda Guido Mantega e o ex-presidente do Banco Central (e o futuro ministro da Fazenda de Aécio Neves caso este venha ser eleito) Armínio Fraga, televisionado apenas em rede fechada.
Questões como a qualidade de nosso sistema representativo, a efetividade dos programas sociais vigentes e as estratégias que irão desenvolver na economia nacional não foram pontos efetivamente discutidos até agora. É insuficiente, para não dizer injusto, que se impute ao eleitor a obrigação de votar em “bons” candidatos quando este não compreende quais são as diferentes visões de mundo por ora em disputa. Por fim, fica o questionamento: quando o debate político é marginalizado, o que resta?
Doutorando em Ciência Política/Ufrgs
Luiz Eduardo Garcia da Silva
A campanha eleitoral que finda ainda nesta semana é digna de algumas reflexões por parte daqueles que se interessam pelos futuros rumos do País. Tanto os programas eleitorais veiculados em rádio e televisão, quanto os debates entre os candidatos transmitidos para todo o País foram permeados de acusações, denúncias e insultos. O principal mote de ambas as campanhas foi a defesa indelével da moralidade e da anticorrupção que, aliás, foram elevadas à centralidade das discussões em todos os níveis possíveis: desde o nível macro – os candidatos se digladiando em rede nacional, até o nível micro – as discussões nas redes sociais e mídias eletrônicas. Não se questiona a importância de tal tema durante as campanhas eleitorais, porém as reflexões do cenário político, econômico e social não podem ser monopolizadas por um assunto específico.
O debate político ficou relegado àqueles que detêm o “conhecimento técnico” de temas como: economia, saúde e educação. No entanto, pouco se avançou além da assinatura de manifestos em apoio ao candidato “A” ou “B”. A exceção foi o debate entre o atual ministro da Fazenda Guido Mantega e o ex-presidente do Banco Central (e o futuro ministro da Fazenda de Aécio Neves caso este venha ser eleito) Armínio Fraga, televisionado apenas em rede fechada.
Questões como a qualidade de nosso sistema representativo, a efetividade dos programas sociais vigentes e as estratégias que irão desenvolver na economia nacional não foram pontos efetivamente discutidos até agora. É insuficiente, para não dizer injusto, que se impute ao eleitor a obrigação de votar em “bons” candidatos quando este não compreende quais são as diferentes visões de mundo por ora em disputa. Por fim, fica o questionamento: quando o debate político é marginalizado, o que resta?
Doutorando em Ciência Política/Ufrgs
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